Por bianca.lobianco

Rio - Adiada duas vezes, uma por conta de liminar movida por empreiteira e, outra, em razão de questionamento do Tribunal de Contas do Município (TCM), a prefeitura pretende abrir, no mês que vem, a licitação para dar início às obras do BRT Transbrasil. Inicialmente, a concorrência para definir o consórcio responsável por construir o corredor expresso que ligará Deodoro ao Centro estava prevista para acontecer em janeiro, mas, na ocasião, a empresa Camargo Corrêa entrou com ação na Justiça alegando irregularidades no processo licitatório

Em fevereiro, foi a vez de o TCM exigir explicações da prefeitura sobre o edital de licitação. No fim deste mês, a Secretaria de Obras enviará as respostas ao órgão fiscalizador, quando termina o prazo para que o governo municipal preste os esclarecimentos. O TCM e a prefeitura informaram que só poderão revelar o teor dos questionamentos após a análise dos técnicos do tribunal. Na quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes afirmou que o Transbrasil deve começar a operar em até dois anos, mesmo que originalmente o empreendimento não pertença ao pacote para as Olimpíadas.

Veja o caminho que a Transbrasil irá percorrerArte O Dia

A construção dos 23 quilômetros do primeiro lote do BRT, de Deodoro ao Caju, deve começar em setembro, com orçamento inicial de R$ 1,5 bilhão. Em nota, a secretaria explicou que o TCM pode solicitar novos esclarecimentos, o que prolongaria essa estimativa. O edital de licitação do segundo lote da via, do Caju ao Centro, ainda está em fase de detalhamento pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), que ficará responsável por parte das obras.

Ao ‘Informe do DIA’, o prefeito Eduardo Paes detalhou, em maio, o provável traçado do BRT na chegada ao Centro: ao deixar a Avenida Brasil, o corredor seguirá pela Rodrigues Alves, Túnel João Ricardo (Central do Brasil) e Presidente Vargas, até a Candelária, onde será construído um terminal.

Obra essencial às Olimpíadas

Especialistas acreditam que, para o êxito logístico das Olimpíadas de 2016, é essencial que o corredor BRT Transbrasil já esteja operando na data. “Diferentemente da Copa, onde o público se desloca majoritariamente pela região do Maracanã e por Copacabana (onde acontece o Fifa Fan Fest), durante os Jogos Olímpicos espectadores e delegações vão ter que circular por toda a cidade”, disse Eva Vider, professora da escola politécnica da UFRJ e especialista em Engenharia de Transportes, lembrando que o corredor vai ajudar a retirar da Avenida Brasil parte dos 800 mil veículos que passam por dia na via.

Já o professor da UERJ Alexandre Rojas, especialista em Transportes, reforça que o corredor viabiliza uma rede integrada de BRTs, pois haverá ligações com o Transolímpica, em Deodoro, e com o Transcarioca, na Ilha do Governador. “O ideal seria que essa integração fosse por feita por metrô, trem, ou VLT. Ainda assim, o BRT vai melhorar bastante o trânsito”, pontua.

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