Por thiago.antunes

Rio - Além dos engarrafamentos nas horas de pico, o trânsito do Rio tem outro dado para lamentar. Levantamento da Embarq Brasil, ONG que desenvolve estudos e projetos de mobilidade sustentável, apontou que a taxa de mortalidade no trânsito da cidade é a mais alta entre 23 metrópoles internacionais pesquisadas: 15 por 100 mil habitantes, de acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2012 (último disponível). São Paulo, única outra capital brasileira incluída na comparação, tem taxa anual de 13 e ficou na penúltima posição.

Já cidades como Londres, na Inglaterra, e, Nova York, nos Estados Unidos, têm dois e três óbitos por 100 mil habitantes a cada ano, respectivamente. Em comum, os locais com as menores taxas têm os limites de velocidade nas vias abaixo de 50 quilômetros por hora, segundo o diretor-presidente da Embarq Brasil, Luis Antonio Lindau. “A experiência internacional mostra que vias urbanas onde há travessia de pedestres ou semáforos devem ter, no máximo, 50 quilômetros por hora de limite de velocidade. Mais que isso você aumenta muito o risco de morte nos acidentes, principalmente com pedestres”, afirma.

Lindau, Ph.D em transportes pela Universidade de Londres, conta que os cerca de 20 especialistas estrangeiros que estiveram no Rio, na semana passada, para seminário organizado pela ONG, se assustaram com a velocidade do trânsito carioca e avaliaram que a cidade precisa reduzir os limites das vias urbanas. “Nas avenidas da orla da Zona Sul, o limite é 70 quilômetros por hora e há pedestres atravessando o tempo todo. A redução ali para 50 quilômetros por hora significaria dois ou três minutos a mais nas viagens dos motoristas e salvaria muitas vidas”, avalia ele.

De acordo com o especialista, as chances de um pedestre morrer em atropelamento com um carro a 40 quilômetros por hora são de 25%. Já se o veículo estiver a 60 quilômetros por hora, a probabilidade é de 55%. Quando o automóvel está a 80 quilômetros por hora, as ocorrências de óbito chegam a 85%. “Me parece muito óbvio que temos de atuar na redução da velocidade para salvar vidas”, afirmou. A CET-Rio informou, em nota, que monitora as vias da cidade, “promovendo as alterações (de limites) segundo critérios técnicos”.
As campeãs do levantamento foram Estocolmo e Copenhagen, com taxa de uma morte por 100 mil habitantes.

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