Por tamyres.matos

Rio - Não é novidade que a rotatividade de funcionários consome boa parte da verba de treinamento das empresas. Para diminuir o turn-over, o desafio constante dos gestores é encontrar novas maneiras de reter o pessoal. Já passou a fase em que ter PLR — os bônus atrelados à produtividade — fazia diferença. Também ficou para trás a época em que o ambiente de trabalho influenciava. Hoje, bom clima organizacional virou ‘default’.

O apagão de mão de obra, resultado do desenvolvimento acelerado do Brasil nos últimos anos, torna-se mais um elemento na difícil equação que combina manter funcionários satisfeitos e motivados, grande oferta de novos empregos e crescente geração de novos talentos — os Ys —, que não se apegam a valores tradicionais que costumavam atrair os mais velhos.

A novidade surge na forma de grande cesta de benefícios. Pesquisa internacional da MetLife em 2011 mostra que, para 73% dos empregadores brasileiros, um dos motivos para oferecer pacote atrativo é justamente captar funcionários. A questão de fidelidade à empresa entre os trabalhadores com benefícios é de 75%, número que cai para 65% quando o funcionário não os recebe.

Para que não haja ônus na formação dos pacotes, empresas buscam formas de reduzir o gasto fazendo com que o funcionário assuma parte do custo. É o conhecido benefício voluntário. O empregado só adere se quiser, mas o valor do serviço compensa porque acaba sendo muito mais baixo do que se contratado via pessoa física.

Metade dos trabalhadores brasileiros que atualmente recebem benefícios de suas empresas disse ter interesse em mais benefícios voluntários. No Brasil, por exemplo, um terço das mulheres que não recebem benefícios disseram que teriam interesse em adquirir produtos, como seguro e previdência privada, através de seus empregadores, mesmo pagando 100% do custo.

Esta pode ser maneira eficaz e econômica para que principalmente pequenas e médias empresas possam oferecer mais benefícios e assim consigam competir com as grandes companhias e fidelizar os colaboradores.

Jair Pianucci é diretor de Recursos Humanos da MetLife no Brasil

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