Por raphael.perucci

Mais do que carência de profissionais, equipamentos e medicamentos que sucateia a rede pública de saúde, as fraudes cometidas por funcionários, como denuncia hoje o repórter João Antonio Barros nas páginas 4 e 5, em unidade federal da Zona Oeste do Rio, deixam expostas também a incapacidade do Estado no gerenciamento de pessoal do setor. E a conta dessa verdadeira rapinagem às verbas públicas é paga justamente pela população mais pobre, que recorre às emergências dos hospitais e morre nas filas desumanas à espera de atendimento médico que nunca virá.

MAIS UMA VEZ, soa como um escárnio à população manobra de servidores que transforma um bônus pago pelo governo para melhorar o serviço numa ação entre amigos e se lixa para os que buscam socorro médico.

É INACEITÁVEL que grupo de profissionais, por outro lado, receba o extra do Ministério da Saúde, não compareça aos plantões do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, e não sofra punição. E, o pior, incorpore a gratificação aos proventos.

A GRAVE DENÚNCIA vem se somar a outras falcatruas, como as de médicos e enfermeiros fantasmas em hospital de Duque de Caxias, reveladas pelo DIA recentemente. No mesmo horário em que deveriam dar atendimento a pacientes de baixa renda, trabalhavam em clínicas particulares ou faziam viagens de turismo, em plena escala de serviço.

QUANTAS pessoas mais serão vítimas desse desserviço de saúde? Quantos mais precisarão morrer nas filas da vergonha? Até quando o Estado compactuará com esse desrespeito à vida?

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