Por bferreira

Rio - Por esses dias comemoram-se os dez anos da morte deste que foi um dos construtores da paz possível no Iraque e que projetou as bases institucionais para o que conhecemos hoje como Primavera Árabe. Sérgio Vieira de Mello, em parceria com o presidente José Ramos Horta, também foi figura de destaque na formação de um novo país em pleno final do século 20: o Timor Leste.

O diplomata é reconhecido como um ‘superindivíduo’ dentro da panorâmica dos assuntos internacionais, mas sempre pautando sua ação em uma agenda institucional prévia, plural e fundamentada na justiça.

Era a marca de sua carreira: o indivíduo intrinsecamente sobreposto à tarefa a ser realizada.

Este funcionário, de carreira brilhante e meteórica na Organização das Nações Unidas, esmiuçou, dissecou e escarafunchou as Relações Internacionais como um instrumento alternativo daquele utilizado nas salas de aula, nos gabinetes governamentais ou nos fóruns de negociações internacionais.

Sérgio Vieira de Mello utilizou-se da percepção do Homem sobre si mesmo e sobre o mundo, para buscar não apenas uma ‘ordem mínima internacional’, ordem esta que serve, ainda hoje, a poucos.

Não. Este alto funcionário da ONU construiu a ideia de consensos amplos, espaciais, institucionais e duráveis, não só para os governos e para as burocracias dos Estados, mas, basicamente, para a vida das pessoas de carne e osso.

Como buscam todos aqueles que atuam no campo das Relações Internacionais, a ação de Sérgio Vieira de Mello foi, ao mesmo tempo, pontual e sistêmica; institucional e sobretudo solidária. Enfim, o diplomata revolucionou as Relações Internacionais como campo do saber e, principalmente, da ação.

Cientista político e professor do Ibmec

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