Por nara.boechat

Rio - É lógico que louvamos a aprovação do direcionamento dos royalties do petróleo para a Educação. No entanto, mais verbas para o setor não significam garantia de melhoria no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nas regiões que apresentam baixíssimos resultados neste indicador. E não são poucos os especialistas acreditando que, além de gastar pouco, o país gasta mal na área educacional.

E é verdade, também, que o Brasil vem aumentando gradualmente o percentual do PIB que é investido na Educação, chegando hoje aos 5,8%, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, composta por 33 países, sobretudo, desenvolvidos, e da qual o Brasil não faz parte.

Com esse percentual, nosso país fica dentro da média de investimentos na esfera educacional em nível dos países que compõem a Organização. Porém, quando é levado em conta o total de alunos nas escolas públicas, podemos perceber que os 5,8% não têm o mesmo peso que nos outros países.

E se foram essas distorções neste setor e em outros que levaram o povo para as ruas, com certeza foram elas, também, que aceleraram a aprovação, pela Câmara e pelo Senado, da destinação dos royalties do petróleo para a Educação. Finalmente, voltamos a frisar que aumentar o direcionamento de recursos não garante melhoria na qualidade do serviço educacional. As verbas têm de vir acompanhadas de alterações estruturais, como, dentre tantas outras, a valorização da carreira de professor. Só assim, far-se-á justiça a uma categoria que, há décadas, cumpre seu papel social sem ter a necessária dignidade reconhecida. Por tudo isto é que, mais do que nunca, temos de aguardar, bem atentos, o recurso proveniente dos royalties, bem como permanecer em constante vigília sobre a forma de sua aplicação.

Teresinha Machado da Silva é presidenta da Uppe-Sindicato dos Professores Públicos do Estado do Rio

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