Rio - Há bem pouco tempo adormecido e em baixa, o dólar volta a incomodar a equipe econômica da presidenta Dilma Rousseff. E não é para menos. A elevação da moeda americana atinge seu maior patamar nos últimos quatro anos, acima de R$ 2,40, e acende o sinal de alerta do governo e, por que não, da sociedade brasileira.
Se é bom para as exportações brasileiras, o dólar mais caro é péssimo para a inflação. Reflete imediatamente na mesa de cada brasileiro, com aumento no preço do alimento mais representativo, o pão. E também dos combustíveis que produzem efeito dominó por toda área produtiva da economia.
Afinal, inflação alta é ruim para todos. Provoca arranhaduras na estabilidade econômica, fragiliza governos e deixa mais pobre justamente a fatia mais miserável da população, que é sempre a primeira a pagar a conta. E todos nós que já assistimos a esse filme não queremos que se repita. Por isso, é fundamental que a presidenta concentre todos os esforços na contenção à escalada do dólar.
É preciso se mensurar até que ponto essa tendência de alta obedece a questões estruturais de ajustes de contas públicas ou são movimentos meramente especulativos, como acena o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Também é do seu papel vir a público e dizer que a inflação está controlada, como fez ontem a presidenta. Faz parte da estratégia para se tranquilizar o mercado. Mas os desafios para impedir que a alta de preços volte a ameaçar a economia são muitos. Requerem mais o fazer do que o falar. E valem uma reeleição.