Por bferreira

Rio - Soa como escárnio à sociedade um condenado a regime fechado exercer qualquer cargo público, como o rumoroso caso do deputado federal por Rondônia, Natan Donadon. E a decisão do Supremo Tribunal Federal em anular a famigerada sessão na Câmara que livrou o parlamentar da cassação na semana passada é um alento a todos os que lutam pela moralização da política e contra a ladroagem no país.

O entendimento do STF fecha as portas da impunidade também aos parlamentares condenados no escândalo do Mensalão — que poderiam usar de mesmo sórdido artifício para se beneficiar e manter seus cargos. Com isso, barra o tribunal uma situação vexatória que seria a formação de uma inimaginável bancada de presidiários no Congresso. Era o que faltava.

Infelizmente, ao anular via liminar deliberação de menos nobres parlamentares que pouparam o deputado em plenário, a questão ainda não está resolvida. Caberá, agora, à Mesa Diretora da Câmara cortar a cabeça de um monstrengo criado na Casa, ao cassar finalmente o mandato do deputado condenado por desvios de verbas públicas.

Num país em que a corrupção se enraíza como um câncer em vários setores e encontra solo fértil nos maus exemplos vindos sobretudo da classe detentora do poder, a decisão da Alta Corte é tranquilizadora.

Mas, ao mesmo tempo, expõe aberrações que há muito deveriam ser banidas da política, como clamaram os gritos das ruas. E parece que ainda tem muito político que não entendeu o recado.

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