Por adriano.araujo

Rio - Maior floresta de Mata Atlântica original do país, patrimônio da humanidade pela Unesco, pulmão da Baixada; nada disso impede que a Reserva Biológica do Tinguá sofra com a ação de caçadores, mineradores e palmiteiros ilegais, sem falar no desmatamento e até despejo clandestino de lixo. Se não agirmos logo, a chegada do Arco Metropolitano agravará esses problemas. A Prefeitura de Nova Iguaçu está fazendo sua parte, mas sozinha não conseguirá impedir que o desejável progresso do Arco se transforme num problema ambiental.

Cinco municípios terão seus territórios, já bastante povoados, cortados pelo Arco: Itaguaí, Seropédica, Japeri, Nova Iguaçu e Caxias. A obra é, sem dúvida, importantíssima e necessária para garantir a tão sonhada mobilidade urbana. Mas, sem controle, a ocupação irregular, tradição na região, será inevitável.

Em Nova Iguaçu, o prefeito Nelson Bornier encaminhará à Câmara conjunto de leis para a preservação de Tinguá. Entre elas, as que estabelecem normas de ocupação e construção no entorno da reserva, em favor do desenvolvimento sustentável. Isso não é apenas para a preservação da flora e da fauna, mas da própria vida humana. Sem Tinguá, suas árvores e nascentes, a já calorenta Baixada ficaria insuportável de viver.

Os projetos preveem ainda auxílio de guardas florestais e pacote para o turismo sustentável. Paralelamente, haverá a recuperação da antiga Estrada Federal com instalação de ciclovia, a criação de programas de reciclagem e a formação de guias mirins para conscientização sobre a importância da região para o meio ambiente. Tudo isso já está sendo amplamente debatido com quem vive na área, a conhece e clama por sua proteção. Tinguá também será o primeiro local de Nova Iguaçu a ganhar um administrador regional, um ‘subprefeito’ que fará a ponte da comunidade com o poder público.

Que a iniciativa de Nova Iguaçu mobilize os outros municípios que a reserva abrange a fazer o mesmo.

Thiago Portela é secretário de Governo de Nova Iguaçu

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