Por bferreira

Rio - Projetos mil e quase todos admiráveis. Mas temos áreas na cidade que ainda esperam um aproveitamento adequado. Uma delas, de uma localização verdadeiramente privilegiada, é a que vai do Aeroporto Santos Dumont até a entrada da Escola Naval, incluindo os prédios que foram da Varig e da Vasp, e toda a orla, com a melhor vista de todas. Daria a região, que já tem o Museu de Arte Moderna como referência, uma importância da melhor qualidade. Fala-se muito, mas nada é definido em relação à área.

E a ligação da Zona Norte com a Zona Sul, hoje muito dependente do Túnel Rebouças, precisa encontrar outra maneira, mais direta e exclusiva, que já não pode ser o túnel que sairia da Rua Uruguai para a Lopes Quintas, no Jardim Botânico. Mas, certamente, algo que passasse pelo aproveitamento do traçado da Estrada Dona Castorina, que liga o Alto da Boa Vista ao Horto Florestal, ao lado do Jardim Botânico, também de alto interesse turístico. A estrada poderia ser alargada e contar com pelo menos dois pontos habitáveis — Mesa do Imperador e Vista Chinesa —, antes que sofra ocupação ilegal ou permaneça de alto risco por questões de segurança. A descida na Pacheco Leão poderia ser alargada sem maiores dificuldades. Urge o aproveitamento destas estradas antes que surjam comunidades, como ocorreu nas Canoas, na ponta de São Conrado, outra ligação da Tijuca com a Zona Sul que deixou de ser usada por razões de segurança.

O Rio, que vem sofrendo formidáveis intervenções, em que as vias expressas e o Porto Maravilha são destaques, tem muito a ser feito no caso de uma continuidade de gestão com visão e grandeza como a atual. Santa Teresa, por exemplo, é uma joia a ser recuperada, singular no mundo. Mas inviável, enquanto não der uma solução a tantas habitações ilegais e de alto risco.
Depois das Olimpíadas, vamos ter de pensar os próximos dez ou 12 anos.

Jornalista

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