Rio - Desde junho, não faltam perguntas sobre os protestos nas ruas. Como ecoa esse grito dentro das escolas? Como lidar com esse novo ‘conteúdo’? Nas propostas pedagógicas, consta promover o pensamento crítico e reflexivo; desenvolver a cidadania; promover a transformação social em busca de um mundo igualitário e justo.
As manifestações varreram o Brasil e viram acordar o gigante adormecido, nas palavras de muitos dos que participaram de conjunto de protestos como há tempos não se via no país. Dentre os manifestantes estavam professores e alunos. Voltavam para as escolas outras pessoas. Mas o protagonismo dos jovens, nossos alunos, foi fruto da educação que promovemos? Em caso negativo, temos que admitir um abismo entre a realidade dentro dos muros da escola e a realidade fora dela.
Em caso positivo, como prosseguir? Qual o papel da educação dentro desse novo quadro? Como orientar e acompanhar os novos protagonistas? Em princípio, é preciso ter consciência de que não se trata de estarmos vivendo uma época de mudanças: é uma mudança de época. Há uma crise do Estado, da Igreja, da família. Não podemos aceitar uma crise na Educação. Devemos agir para que da crise brote a criação.
Como grupo pensante, as EscolasRio propõem para a 23ª Jornada Pedagógica a ampliação desse debate e convida o professor Leonardo Boff a uma reflexão com os educadores. O encontro será amanhã, no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, palco de grandes discussões, antes e depois da ditadura, tempo também de protestos nas ruas. ‘O grito nas ruas e o eco na educação’ é o nome do debate e do nosso convite ao balanço sobre a realidade e o futuro que queremos construir, como educadores e cidadãos do século 21.
Presidente do grupo EscolasRio