Por bferreira

Rio - Nesse esforço de se elevar o padrão de nossos políticos, especialmente na disputa de mandatos no Executivo, além da indispensável formalidade do cumprimento da lei da ‘ficha limpa’, as lideranças mais responsáveis da sociedade devem acompanhar a trajetória dos candidatos sob o ponto de vista ético e moral. No Brasil, têm sido comuns casos inacreditáveis como o do ex-senador Demóstenes, que muita gente já esqueceu, lembrado até para a Presidência da República pela imagem impoluta de guardião da moral e da austeridade. Muito mais quando temos exemplos evidentes de pilantragem que logram vencer mandatos majoritários, deixar um rastro de irregularidades e disputar de novo.

A mídia peca ao dar muito espaço a políticos que surgem do nada e posam de um moralismo que não pode ser confirmado pela atuação anterior. Muitos por motivos meramente ideológicos. Hoje, o eleitor, sobretudo o jovem, divide mais os políticos entre os preparados e os demagogos do que entre direita e esquerda. O que se quer é conciliar eficiência com probidade e compromisso democrático. Para o que a idade é mero detalhe.

As mudanças na legislação não avançaram nada. Apesar de algumas propostas elementares, de quase consenso, como a limitação de partidos e um critério de transição — proposto com muita oportunidade pelo senador Francisco Dornelles —, de se eleger para o Congresso e Assembleias os mais votados, independentemente de partidos, enquanto se trata de definir um modelo de votação e de organização partidária mais conveniente. Uma proposta para já, para a emergência das mudanças que a sociedade pede.

O Brasil abusa da prática de ir empurrando os problemas, com um remendo aqui outro ali, sem ir a fundo na busca de soluções. E, por isso, acaba se tornando presa fácil daqueles que querem sempre usar do poder com o menor controle possível, de instituições legais ou até mesmo da imprensa livre. Mas este clima de tensão permanente aponta para medidas com mais substância e credibilidade, para que os radicais sempre atentos não continuem a explorar as falhas existentes.

Jornalista

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