Por bferreira

Rio - Atendendo a insistentes apelos do mercado, o Conselho Monetário Nacional, que gere o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), decidiu elevar o teto para financiamento de imóveis novos para R$ 750 mil, como O DIA mostra hoje. Antes, o fundo só poderia cobrir unidades de até meio milhão de reais. É uma boa notícia?

No caso específico do Rio, cuja especulação imobiliária é insana e irreal, há o sério risco de a margem maior ser rapidamente consumida pela ganância e se transformar, no médio prazo, em mais um obstáculo. Em uma cidade onde quitinetes do tamanho de um cubículo são vendidos a R$ 500 mil e casas velhas e térreas em terrenos não muito grandes são anunciadas por quase R$ 2 milhões, o aumento do poder de fogo do mutuário pode ser neutralizado.

O quadro do Brasil e do Rio, sustentam uns, não configura uma ‘bolha’. Há quem defenda que, passados os grandes eventos desta década, os preços implodiriam, trazendo a reboque pesada crise que poderia afundar o país. Contra a deflação, porém, há a alienação fiduciária, que suspende o crédito e toma o imóvel ao sinal de inadimplência mais firme. Logo, segundo esse raciocínio, a disparada veio para ficar. É possível que ceda um pouco, mas dificilmente retornará a valores de dez anos atrás.

A indexação é inimigo real que precisa ser enfrentado. Infelizmente, poucas são as armas. A prudência e a pesquisa são as mais eficazes. Preços disparam quando há afobação e demanda agoniada. Com mais dinheiro na mão e um pouco de cautela, o mutuário poderá comprar um imóvel num valor menos injusto.

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