Rio - O Rio de Janeiro, apesar de ter tido alguns nomes de grande valor em sua vida pública — o que atesta ao longo da história seu pioneirismo e sua própria infraestrutura, fruto também de ter sido capital do Império e da República —, nem sempre foi feliz com seus gestores. No tempo do Império, pela absoluta falta de tempo para fazer alguma coisa que prestasse, pois, nos 49 anos de reinado de Pedro II, a velha Província Fluminense teve nada mais nada menos do que 48 governadores — na época, chamados de presidentes —, muito embora com nome de alta importância na vida nacional, a maioria dos quais titulados do Império.
Com o final do ciclo do café e da cana, o estado mergulhou na mediocridade em termos econômicos, que só veio a despertar no século passado, com o interventor Ernani do Amaral Peixoto, oficial de Marinha e genro de Getúlio Vargas. Grande estudioso, criou a malha rodoviária, estimulou a agricultura e conquistou a primeira grande siderurgia nacional, que foi a CSN, despertando a região do Médio Paraíba.
A capital não foi mais feliz, mas bem antes o outro lado da Baía recebeu gestores de visão e empreendedores como Pereira Passos, depois Pedro Ernesto e, por fim, Negrão de Lima, prefeito e depois governador da Guanabara, além de Carlos Lacerda.
Com a fusão, tivemos o almirante Faria Lima, que montou equipe de nível ministerial, mas que, avesso à política, acabou por devolver o poder aos menores, dos quais o novo estado só veio a se ver livre, em termos do ousar e progredir, nos atuais mandatos de Sérgio Cabral.
Jornalista