Rio - A Polícia Civil do Rio dá importante passo para responder à pergunta que ecoou pelas ruas da cidade e do país: “Cadê Amarildo?” Infelizmente, como se supôs desde o início, o ajudante de pedreiro da Rocinha não mais voltará para casa. Teve os sonhos e projetos de vida brutalmente interrompidos. O indiciamento de dez agentes da Polícia Militar não surpreende pelo rumo das investigações. E, a se confirmarem as acusações, o crime envergonha a polícia e causa indignação à sociedade.
Os agentes são acusados de tortura, morte e ocultação de cadáver de Amarildo, capturado pelo grupo para averiguação dia 14 de julho. O que se espera agora é que se reúnam evidências e provas incontestes do crime e que os responsáveis sejam exemplarmente punidos.
O desfecho é mais um daqueles episódios escabrosos. Comprovada a culpa dos policiais militares, o caso vem se somar a outros de vítimas inocentes da ação criminosa de agentes da da lei e de triste memória da população do Rio de Janeiro e do país, como os assassinatos do menino Juan e da juíza Patricia Acioli.
É inaceitável que uma corporação à qual se depositam tantas esperanças no combate ao narcotráfico, principalmente através das UPPs, abrigue assassinos que praticam crimes tão hediondos como os de bandidos por ela expulsos das comunidades.
Uma faxina nos quadros se faz imperiosa. Pequeno grupo não pode manchar a imagem de uma instituição de relevantes serviços prestados à população. Basta à polícia que envergonha. Que se escancare o caminho à polícia que dá orgulho.