Rio - Covardia no Rio é sinônimo de Polícia Militar. É o que se pode concluir depois da ação violenta da PM, que obedece ao governador Sérgio Cabral, na Câmara de Vereadores, desalojando cerca de 150 professores. E sua carreira está sob ameaça com o plano de cargos do prefeito Eduardo Paes e da secretária Cláudia Costin.
Na calada da noite, a PM invadiu o plenário da Câmara utilizando gás de pimenta, balas de borracha e cassetetes elétricos. A cúpula da Segurança e o próprio governador já disseram que a operação da PM foi tecnicamente perfeita. O presidente da Câmara, vereador Jorge Felippe, e o líder da bancada do governo Paes, Luiz Antonio Guaraná, também elogiaram a ação policial.
Cinquenta professores foram atendidos no Souza Aguiar, e quatro detidos, mas liberados, sendo um deles um mestre que desmaiou com o choque elétrico e foi arrastado por um PM até o camburão.
É preciso que os eleitores cariocas reflitam sobre o que está acontecendo. A maior parte dos políticos gastou rios de dinheiro na campanha eleitoral depois de receber apoio de setores empresariais. Como o esquema requer mão e contramão, a ação parlamentar dos contemplados pelos empresários está sempre voltada para a defesa intransigente de quem os bancou.
Não podem ouvir falar em controle público dos gastos de campanhas. Devem ter consciência de que, se for mudado o quadro atual com maior rigor e redução substantiva no financiamento de campanhas eleitorais, eles terão de trocar de ramo, porque serão provavelmente alijados do Legislativo ou do Executivo.
Para acabar com este estado de coisas, é necessário que os cariocas decidam se apoiam a truculência da PM, ou ficam ao lado dos professores. Até porque, 2014 está chegando e o tempo passa rápido até 5 de outubro, quando se terá a oportunidade de dar a resposta.
Jornalista