Rio - Um Estado organizado pressupõe a existência de conjunto de normas e leis que façam valer direitos e deveres de seus cidadãos. Seja em regimes fechados ou democráticos, é obrigação do poder zelar pelo cumprimento das regras. Trocando em miúdos, o direito de um termina quando fere o de outro. E não fazer respeitar esse princípio básico de uma sociedade que se quer desenvolvida e civilizada é abrir as portas para o retrocesso e o caos social.
Esse entendimento vale para as manifestações que tomaram as ruas do país, principalmente do Rio e de São Paulo, e descambaram para a destruição e, por conseguinte, para o anúncio dos governos dos dois estados no endurecimento às punições com a prisão de até oito anos de </CW><CW-7>quem for flagrado cometendo vandalismo.
Não há nenhuma argumentação dentro da razoabilidade e às vistas de um Estado com poder constituído e democrático que justifique as cenas de bestialidade que terminam em quebra-quebra e seus autores passem impunemente.
As manifestações de rua são legítimas e promissoras. Aprimoram a democracia, mudando para melhor o jeito de se fazer política. E abrem, afinal, a perspectiva de um país menos corrupto. Mas já passa da hora de se dar um basta à desordem patrocinada por baderneiros.
Não com balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta disparados contra inocentes. Mas com prisões cirúrgicas e em flagrante dos que se infiltram no movimento para destruir, saquear e ameaçar a segurança da coletividade. A civilidade e a democracia agradecem.