Rio - Não bastassem os atrasos na construção de alguns estádios para a Copa do Mundo do ano que vem, abrindo o caminho para lambanças de engenharia e superfaturamentos, o Rio empaca as prometidas obras de infraestrutura viária para 2016. E já começa a fazer feio a três anos dos Jogos, expondo-se a críticas da comunidade internacional e dos próprios organizadores do megaevento esportivo.
Relatório do Tribunal de Contas do Município, como revelou a edição de ontem do DIA, mostra que importantes empreendimentos para a implantação do corredor expresso para ônibus, a Transolímpica, estão paralisados. As obras, que prometem tirar os cariocas do sufoco de engarrafamentos diários na ligação da cidade com a Zona Oeste, se ainda não saíram do papel, estão paradas ou em fase inicial.
De acordo com o executivo municipal, o atraso para a construção de pontes e viadutos — alguns com prazos de conclusão para o início do ano que vem — se deve a pendengas com desapropriações e licenças ambientais. Mas nada disso justifica.
O Rio foi anunciado como cidade-sede dos Jogos em 2007. E os projetos de tais obras de mobilidade urbana foram oferecidos pelos governos como garantia e contrapartida das Olimpíadas. Portanto, é inaceitável que, seis anos depois, ainda se patine em questões burocráticas.
Mais do que honrar um contrato assumido, o poder público há que cumprir um compromisso com a população do Rio. Que foi o de deixar como grande legado dos Jogos uma cidade melhor de se viver.