Por tamyres.matos

Rio - A mudança de escola é um momento delicado na vida dos pais dos alunos que estão saindo da Educação Infantil e entrando no Ensino Fundamental. Ele envolve fatores como o perfil da criança, a proximidade de casa, o preço, a proposta pedagógica e a oferta de vagas.

Com a questão imobiliária na Zona Sul, muitas escolas acabaram para dar lugar a prédios, gerando uma considerável diminuição na oferta de vagas. A verdade é que as escolas remanescentes tiveram que criar métodos para escolher quem iria preencher suas vagas.

O recurso mais comum utilizado por um bom tempo foi o vestibulinho. As crianças eram preparadas para ter um bom desempenho nas provinhas e consequentemente serem aceitas na escola escolhida pelos pais. Ocorre que esse processo era, na maioria das vezes, muito desgastante para a criança. Alguns pais chegavam a contratar professores particulares para fazer reforço, além da cobrança excessiva pela aprovação.

Agora, decisão da Secretaria de Educação proibiu as provas para alunos da Educação Infantil, o que gerou uma mudança no processo de seleção das grandes escolas. A maioria adotou sorteio. No entanto, com ‘graus de prioridade’, como se o candidato tem irmão na escola, se é filho de funcionário ou se os pais são ex-alunos.

Afinal, a mudança foi positiva? Ainda não é possível saber. Se, por um lado, acaba a pressão em cima dos pequenos, por outro, muitas crianças que estariam preparadas e têm o perfil da escola não poderão entrar porque não preenchem os pré-requisitos e não tiveram sorte. É certo que algum sistema tem que ser adotado, uma vez que, em muitas escolas, existem mais candidatos do que vagas. Acredito que o tempo levará as escolas a achar forma de seleção entre esses dois extremos.

Isabela Janiszewski é diretora da Passo a Passo 2, Núcleo Educacional Infantil

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