Por thiago.antunes
Rio - A autoestima determina e direciona os pensamentos, emoções e comportamentos. O senso de valor próprio e competência e a avaliação pessoal que uma pessoa faz de si nomeiam-se autoestima. É importante ter espaço para compreendê-la para que se possa viver em sociedade com qualidade, utilizando as reações como instrumento de crescimento. E a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento da autoestima.
Mas como será que anda a autoestima dos professores em uma época em que a jornada de trabalho é grande, as cobranças, excessivas e o salário, desvalorizado? Temos visto a luta dos professores para serem respeitados. A autoestima na vida adulta passa também pelo mérito da vida profissional e pelo respeito nas trocas das relações que se estabelecem. Mas, quando os embates se tornam duros demais, tanto no local de trabalho quanto fora dele, a tendência é que prevaleça o sentimento de desamparo diante da indiferença dos fatos.
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A escola é um forte referencial para a criança, e os professores são mestres que servem de exemplo. Quando o professor tem dificuldades com seu próprio autoconceito, os alunos sentem isso e podem reagir de muitas formas, incluindo depreciá-lo. É importante ressaltar que, quando chegamos ao ambiente de trabalho, não deixamos uma parte de quem somos do lado de fora da porta. A escola é o ambiente de trabalho dos educadores e está carregada de tudo o que é levado para ela. Por isso é importante que o professor invista na sua autoestima e incentive seus alunos a desenvolver seu potencial de autoestima através de práticas que permitam a expressão do ser e a ampliação de recursos internos.
O governo e os profissionais da Educação devem investir em um ambiente escolar agradável, que gere uma atitude de confiança nas pessoas, com espaços de convivência. A escola precisa ser um lugar agradável para todos os que nela circulam. O aluno precisa se sentir bem tanto quanto o professor.
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Temos visto muitos profissionais da Educação com síndrome de Burnout, depressão e tantos outros problemas de saúde gerados pelo estresse da profissão diante das condições oferecidas: falta de recursos para o trabalho, violência, falta de respeito, desvalorização da classe pelo Estado e muito mais. A autoestima do professor precisa ser redescoberta, através de práticas que enaltecem o valor profissional e recuperam o mérito do ensino no país. Isso deve partir de todos os envolvidos no processo educacional e da sociedade.
Beatriz Acampora é autora do livro ‘Autoestima — práticas para transformar pessoas’
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