Por bferreira

Rio - Assustado com a fabricação de vaginas artificiais, noticiado aqui no DIA na sexta passada, eu logo pensei que se tratasse de mais uma loucura humana no incessante mercado do sexo. Imediatamente, associei com as operações de troca de sexo. Mas aí, conforme eu avançava na matéria, mais esclarecedor e reconfortante aquele universo se revelava. Quanta piedade em meu coração ao saber que algumas mulheres (uma em cada sete mil) nascem sem a formação do canal vaginal, ou não apresentam o mínimo de profundidade. Imaginem não poder ter uma vida sexual normal? Mas aí surge um tipo de medicina extremamente fraterna, e de última geração, que mais parece ficção. É fascinante: a vida desafia, os doutores matam no peito e começam a mostrar soluções para os dramas.

Somos informados sobre moldes biodegradáveis feitos a partir do próprio corpo, e colônias de células retiradas da região do corpo feminino onde as novas peles vão ser implantadas. Meu olho ia arregalando a cada linha, começava a vir na minha cabeça os médicos, enfermeiras, as pesquisas, tudo para socorrer mulheres. Acho que vejo tanta desesperança, que me conforta muito saber do triunfo deste grupo e suas mirabolantes soluções científicas. Implantados há oito anos, os moldes se adaptaram ao corpo e foram crescendo junto com ele. M-e-u-D-e-u-s, que coisa louca ficar esperando para ter um corpo normal. E eu ia dando pequenos sorrisos porque estas descrições científicas usam palavras sérias para imagens hilárias.

Células da vulva, aí eu penso na perereca, etc. e tal. Moral da história, o Hospital norte-americano Wake Forest está de parabéns, e tomara que novas soluções para velhos problemas sejam encontradas. O máximo.
Fora isto, adorei a notícia que Dilma gosta do ‘Beijinho no ombro da Valesca. Eu sabia que um dia a gente iria descobrir o lado Popozuda da Rousseff. E, ao contrário da presidenta, Valesca se declara uma não pensadora. Poxa Valesca, que pena você não ter um lado Dilma, mais intelectual. Mas fazer o que, né, divina? Vou torcer para que as milhares de meninas que te curtem não se deixem influenciar por este seu lado preguiçoso diante dos livros e da norma culta. Mulher, você tem uma responsabilidade muito grande com teu público imenso, e adorando este teu auto-deboche, de se declarar pouco chegada num papo-cabeça, sugiro teu próximo clipe. Título: ‘Sou burrinha, mas você que me ama não precisa ser’; participação de Enoli Lara, aquela que se dizia uma Bunda pensante; cenário: o Palácio da Alvorada, onde. por entre corredores, Valesca seja perseguida por livros assombrados e meninas que consigam ir além dos remelexos.

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