Por bferreira

Rio - Em junho de 2005 publiquei a crônica ‘Dieta Jaguar’ neste espaço: “Atkins e South Beach foram algumas das dietas infalíveis. Não sei qual é a da vez. Podem não tirar os quilos que prometem, mas evidentemente engordaram as contas bancárias dos autores dos livros que venderam — e ainda vendem — milhões de exemplares. Há quem só mastigue alimentos vegetais. Vacas também, e quanto mais comem, mais engordam. Idem para as baleias, que só comem frutos do mar, recomendados por todos os endócrinos. Tem métodos de emagrecer para todos os gostos, melhor dizendo, todos os desgostos (e bolsos).

Conheço gente que só vai à mesa com uma calculadora, para somar calorias, coisa triste. Passam a vida ora diminuindo, ora aumentando de volume, como um fole. Poucos livros de dieta exibem fotos dos prósperos autores. No máximo um retratinho 3x4, raramente de corpo inteiro. Quem me garante que esses caras que prometem transformar obesos em bailarinos não são gordinhos como Jô Soares? E se empanturram enquanto faturam em cima de incautas e famélicas leitoras? Nunca fiz dieta. Minto, sempre fiz — inconscientemente — a Dieta Jaguar. Durante 40 anos mantive o mesmo peso: 72 quilos. Ideal para a minha altura: 1,72 m (é verdade que, no período, perdi em massa muscular o que ganhei em barriga).

Se você quiser emagrecer para valer, siga primeiro a Dieta Bangladesh: passe fome até chegar ao peso desejado. Depois, para mantê-lo, siga a Dieta Jaguar, que revelo sem fins lucrativos: 8h — uma xícara de café e uma fatia de pão com manteiga; 10h30 — um cachorro-quente e uma lata de cerveja; 13h — um steinhaeger, quatro chopes e uma coxinha de galinha no bar da esquina; 15h — em outro bar, o PF do dia. Pode ser bife rolê com arroz, feijão e macarrão (para arrepiar os bigodes do Zé Hugo Celidônio), mais quatro chopes. Para arrematar, cafezinho e chá de urubu (Underberg); 19h — sopa. Sugiro a de ervilha do Redentor (Pirajá com Redfern) e meia dúzia de chopes.

Daí pra frente, só destilados e cerveja. Não como: couvert, doces, frutas e saladas. Pouco sal. Água, só um copo ao acordar.” Depois que me proibiram bebidas alcoólicas, minha vida mudou radicalmente. Para compensar o corte de álcool, danei a comer barras de chocolate com cerveja sem álcool, pra não falar em banana e mamão com mel. Resultado: estou com 10 quilos a mais. Moral da história? Fica por sua conta.

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