Rio - A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é formada pela capital e municípios da Baixada e do Leste fluminenses, com diferentes características, potenciais e limites para o desenvolvimento socioeconômico. Uma das variáveis que melhor expressam estas diferenças é a renda mensal domiciliar per capita, obtida pela divisão da soma dos salários, outros rendimentos e transferências governamentais recebidos pelos residentes de um domicilio pelo total de moradores.
No Grande Rio, as diferenças da renda per capita entre os municípios são enormes. Segundo estimativas do Iets, com base no Censo Demográfico (IBGE) de 2010, Niterói tem a renda per capita mais elevada (R$ 1.940), superior à da capital (R$ 1.415), e Japeri a mais baixa (R$ 380). Em Niterói, 14% das pessoas vivem com renda inferior a meio salário mínimo, enquanto em Japeri esse percentual é de 45%.
Numa metrópole como a do Rio, a redução da desigualdade deve ser priorizada nas políticas públicas do governo do estado e das prefeituras fluminenses, sobretudo a da capital. Nesse sentido, há indícios de que a direção da política social nos últimos tempos é acertada com programas de transferência de renda condicionada, como o Bolsa Família e o Bolsa Carioca, na Prefeitura do Rio. É necessário, porém, maior integração das esferas de governo com a sociedade civil, assim como maior participação da população local, para aprimorar as ações em função das demandas específicas dos vários segmentos que compõem a população das camadas de mais baixa renda.
Uma vez geradas essas condições mínimas de renda, é preciso avançar mais nos caminhos para saída da pobreza, através da melhoria no acesso e na qualidade dos serviços públicos de educação, saúde e segurança, e da inclusão produtiva da população de mais baixa renda. Assim, a diminuição da desigualdade de renda depende das ações para desenvolvimento local que gerem mais e melhores oportunidades de trabalho, sobretudo para a população de baixa renda.
Valéria Pero é professora da UFRJ