Por felipe.martins

Rio - A Dilma fala engraçado, né, gente? Sempre que ela está sob grande pressão, baixa um Tonho da Lua básico nela, que entala na gagueira, e ela olha fixo pra cara da pessoa, buscando segundos para raciocinar, aí ela diz aquela frase tipo “olha, eu gostaria de te dizer uma coisa....” pra que ela ganhe mais alguns segundos, e por fim, se ela não conseguiu chegar na formação correta, ela solta qualquer coisa, e como ela tem a cara de Odete Roitman, ninguém entende nada, mas fica todo mundo apavorado e ninguém reage à altura.

Eu, por exemplo, pensei que tinha fumado um, quando ela disse pra economista cinquentona desempregada que a solução pra conseguir emprego era fazer um curso do Senai ou no Pronatec. Achei que o barato do ácido tinha batido, pois eu não ligava lé com cré. Duvidei da estapafúrdia, mas como ninguém gargalhou, nem mesmo o Aécio atacou a sandice, achei que o louco era eu.

Por outro lado, na linha Os Trapalhões, se você raciocinar que é possível uma mulher começar do zero aos 50, fazer um curso de manicure e se jogar no mercado, porque tá mais fácil isto do que aquilo, então tudo é possível mesmo como resposta. Na desconfiança de que o alcance da reflexão seja de transformação, você entuba a universitária voltando para a formação de segundo grau. Vai que cola?

Mas também acho que sempre que o mundo das respostas pré-fabricadas se depara com o “eu” do perguntador da vida real, isto é de tal forma desconcertante que é preciso, sim, baixar um Chaves básico na presidenta para ela dar conta de responder algo simples, tipo, “que pena que as empresas não contratam uma experiente senhora”, e podia emendar com “o preconceito contra os profissionais de meia idade”, ou “o preconceito contra as mulheres que mesmo estudadas ganham abaixo da mesma formação dos homens”.

Mas não, como está tudo decorado, basta acionar o genérico, que teria a ver com qualquer pergunta sobre educação, formação intelectual e mercado do trabalho. Tipo um vendedor de adoçante que altera as receitas para que seu produto seja recomendado: todos os bolos do mundo levariam a mesma sacarose.

Ela é bacana, teve meu voto, mas é engraçada também. Longe de mim de pensar em anta, isto não ficaria bem, mas consigo pensar na capivara da lagoa, bem simpática, nem sei se burrinha. De qualquer forma uma mulher sessentona, ex-guerrilheira e que não diz coisa com coisa, mas está bem penteada e maquiada, este é um quadro desconcertante que muito me agrada, porque acho que a vida é muito maior que o politicamente correto. E segue a produção de pérolas, que o ‘Zorra Total’ mesmo que se esforçasse não conseguiria. A Presidência da República é a maior diversão!

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