Por bferreira

Rio - O mês em que se comemora a consciência negra é uma boa oportunidade para tratarmos das práticas e representações que configuram o racismo no país. E o racismo tem se manifestado de forma tão acintosa que a conscientização contra essa prática deveria começar nas salas de aula, apresentando, por exemplo, aos alunos a verdadeira história e tradição do povo negro no Brasil. De maneira íntegra, sem estereótipos, sem mensagens subliminares que consolidam uma sociedade excludente.

Sou adepta à pedagogia de projetos e acredito que ao elaborar um programa sobre cultura negra deve-se pensar em atividades que possibilitem aproximar nossos alunos da riqueza cultural, aprofundando o estudo das fortes raízes culturais africanas, visando a elevar a autoestima das crianças negras e sua percepção e atuação sobre si mesma e seu lugar no mundo.

Desde a mais tenra idade deve-se trabalhar o assunto, privilegiando a questão da identidade, do respeito à diversidade e da autoaceitação. O estudo deve contribuir para a construção do senso de uma sociedade mais justa e igualitária, em que pessoas de etnias diferentes não sejam discriminadas.

Conhecer as variadas culturas é essencial, despertando na criança o respeito pelos outros independentemente da raça. Para tal, é fundamental divulgar o lado positivo da história negra, não apenas as questões de escravidão, miséria e sofrimento.

Para combater o racismo e qualquer preconceito é imprescindível encarar como grande preocupação da escola transformar comportamentos e formar para cidadania, o que só é possível resgatando valores éticos e morais.

O status de igualdade será conseguido quando o professor estiver atento para contemplar alunos negros e brancos, democraticamente, nas pequenas atividades do dia a dia. Contar histórias em que apareçam crianças negras como protagonistas vivendo situações cotidianas, buscar epopéias de povos africanos com seus heróis e suas sagas, procurar imagens de famílias negras, profissionais negros, políticos, escritores, cientistas negros para estar lado a lado dos brancos e colocar nos murais e estudos escolares – eis alguns procedimentos que podem ser adotados.

Paty Fonte é pedagoga

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