Rio - Como O DIA mostrou em várias oportunidades, está virando rotina grupos organizados, de traficantes, milicianos e outros grilaram conjuntos residenciais do programa Minha Casa, Minha Vida. O caso mais recente é o do Residencial Guadalupe, invadido por centenas de famílias que acabaram saindo pacificamente.
Investigadores da polícia indicam que as famílias foram cooptadas e incentivadas a invadir os 11 prédios por oportunistas que, entre outros crimes, vendiam espaço em apartamentos que são propriedade de outras famílias, tão carentes quanto as invasoras. É um tipo de crime que lesa não apenas o Estado e a empresa construtora, mas, sobretudo, pessoas que esperam ansiosas o direito a ter uma moradia digna para criar seus filhos.
Essa modalidade de grilagem urbana precisa ser combatida e, mais que isso, evitada. As investigações devem ser ampliadas para identificar e prender grupos que estejam incentivando invasões. Assim, além de impedir a ocupação ilegal de imóveis, evitar-se-a desgastante negociação para a saída pacífica de invasores ou, em casos mais graves, o uso da força para a retirada.
O Minha Casa Minha Vida é um importante programa de habitação que precisa ser preservado na plenitude. E isso pressupõe cumprir regras e prazos para garantir a entrega das unidades aos que preenchem os pré-requisitos e cumpriram as etapas previstas. Portanto, é necessário que as autoridades, principalmente da segurança, estejam preparadas para evitar e combater a grilagem do sonho da casa própia de milhares de brasileiros pobres.