Por bferreira

Rio - A prolongada estiagem, que atinge diversos estados brasileiros, com consequências mais críticas em São Paulo e riscos anunciados para o abastecimento de água no Rio de Janeiro, deixa em alerta a sociedade e os governos. Afinal, a água é produto essencial, sem o qual nenhum ser vivo pode resistir.

O quadro grave vivido em algumas regiões escancara a inépcia de governantes que, mesmo diante de sinais claros de risco para o abastecimento das populações sobre sua responsabilidade, preferem apostar na ajuda da natureza, com chuvas, do que em ações planejadas, com respaldo técnico, para garantir o abastecimento. E só agem, como agora no caso paulista, quando a situação já parece fora de controle e milhões de pessoas sofrem as consequências da seca.

E não podem nem sequer alegar ter sido surpreendidos pelas condições climáticas, pois as previsões há muito são conhecidas e nunca faltaram alertas. E não é aceitável que, em pleno Século 21, com todo o avanço técnico e tecnológico, não busquem soluções para reaproveitar a água usada no dia a dia em domicílios e empresas e para o uso de fontes alternativas, como lençóis freáticos.

Há décadas, em países europeus, o licenciamento de novas construções, sejam industriais ou domiciliares, exige projetos que preveem o reaproveitamento da água. Afinal, para muitos usos, como na descarga de banheiros e lavagem de veículos e instalações, é aconselhável reutilizar a água da higiene pessoal ou destinada ao preparo de alimentos, evitando desperdícios.

Da mesma forma, é preciso pensar em outras fontes, como o uso de lençóis freáticos, que, mesmo quando não sejam ideais para beber ou cozinhar, podem funcionar como alternativa, ou a construção de reservatórios regionais, como os açudes nordestinos. O que não se pode mais aceitar é que, como na marchinha de sucesso, governantes só busquem soluções quando a sede aperta.

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