Por bferreira
Rio - ‘Atenção! Os ministérios da Saúde e da Agricultura informam: a partir desta data o álcool só será permitido no país para uso medicinal, principalmente para extrações de propriedades medicinais de plantas da flora brasileira, tanto da forma artesanal (garrafadas) quanto industrial (xaropes fitoterápicos, etc.). O uso recreativo do álcool, seja por cachaça, cerveja ou mesmo um chope, está proibido em todo território nacional.”
Para alegria dos brasileiros (e principalmente da Ambev), isso não é verdade. Mas esta ficção não estaria tão longe da realidade se fizéssemos uma analogia do álcool com a Cannabis sativa, planta ainda proibida de ser cultivada no Brasil, bem como suas flores comercializadas e consumidas.
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Há décadas que a ciência diz que a maconha é mais inofensiva do que o álcool. Suas propriedades medicinais contra glaucoma, câncer, mal de Parkinson e diversas síndromes que provocam epilepsia já estão mais do que comprovadas. Mas a nossa lei ainda pune o usuário como um criminoso.
A questão medicinal da cannabis ganhou destaque no cenário nacional este ano devido às liberações da Anvisa para medicamentos à base de canabidiol (CBD), um dos canabinoides da maconha. No Senado, o relator do projeto que trata da legalização e regulamentação da maconha, Cristovam Buarque, já afirmou que é a favor do uso medicinal. Mas é um erro vermos a maconha somente como um remédio, senão caímos no universo fictício das “garrafadas” citado acima. A ciência contemporânea já dá o aval ao uso “social” da maconha, da mesma forma que acontece com o álcool no Brasil.
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Várias pesquisas sobre drogas realizadas anualmente apontam que a cannabis provoca menos danos à saúde do que o álcool. Quando entramos nos rankings das drogas mais perigosas, o álcool e a nicotina sempre ocupam os cinco primeiros lugares, enquanto a maconha geralmente se encontra abaixo do 10º lugar.
Estes dados só reforçam a ideia que, se a sociedade brasileira sobrevive aos impactos do álcool e derivados na sua cultura recreativa, com certeza está preparada para a legalização da maconha. Não podemos deixar que o preconceito enraizado pelos proibicionistas fale mais alto. Se as autoridades se atualizarem sobre a questão recreativa, quem sabe, um dia, os usuários possam fazer um brinde (com uma “purinha” mesmo) à liberdade e à ciência contemporânea.
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Emílio Figueiredo e William Lantelme Filho Do site Growroom