Por felipe.martins

Rio - Parece redundante uma empresa que se diz mais sustentável falar da atuação na área ambiental. Entendo isso devido ao fato de a maioria das pessoas associar o termo sustentabilidade ao meio ambiente, plantio de árvores, coleta de resíduos, enfim, tudo o que tem a ver com a cor verde.

Não podemos esquecer que toda companhia parte das questões econômicas para existir. Todavia, obter lucro ou buscar uma ótima receita não é tudo em um negócio. Às vezes, esquecemos que o empreendimento foi criado para satisfazer a uma necessidade da sociedade por meio dos produtos e serviços — o obrigatório contrato social.

Porém, esta busca por atender às necessidades não pode impactar negativamente as pessoas ou o meio ambiente. Por isso, parte das grandes empresas está se preocupando com esta tal sustentabilidade. Sabemos que na vida real é muito difícil para uma pequena e média empresa dar foco para um tema que não seja produção, vendas, vendas e vendas. Mas esta ação pode ser vista como um valor agregado que ajudará inclusive nas vendas da maioria dos empreendedores. Segundo os indicadores Ethos, dentro de meio ambiente, pode-se verificar e implementar ações a partir dos seguintes indicadores, respondendo a perguntas simples:

(1) Como é a governança em relação às mudanças climáticas na sua empresa? Quais são as adaptações?

(2) Existe um sistema de gestão ambiental? Como se previnem a poluição e resíduos? Como é o uso e controle de água, energia e materiais utilizados nos processos? É utilizado material direto da natureza ou biodiversidade? Como é esta gestão? É feita educação e conscientização ambiental? Como?

(3) Como é o impacto da empresa com o transporte, logística e distribuição? É feita a logística reversa ou recolhimento e destinação correta dos produtos no seu fim de vida?

Pode parecer assustadora a quantidade de perguntas para quem está preocupado em pagar o INSS e o FGTS dos seus funcionários em dia. Porém, para buscar entrar numa cadeia produtiva de uma empresa que se diz mais sustentável, ou para ir além de vender produto ou serviço, basta começar com um dos pontos, depois outro, depois outro, e assim por diante.


Marcus Nakagawa é presidente do Conselho Deliberativo da Abraps

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