Por adriano.araujo

Rio - A julgar pelo volume de reclamações, resmungos e lamentações, o carioca às vezes parece mais velho do que o Rio. De fato, tem lá seus problemas para resolver. Empaca-se neles, contudo. O estereótipo de alguém com idade avançada, que cai como uma luva nessa comparação, recorre a graus elevados de impaciência, a alguma má vontade e a um tanto de intolerância. O ‘amor ao Rio’ existe, propala-se, mas sobressai nos últimos anos visão turrona, implicante, contraproducente.

Neste 450º aniversário do Rio, O DIA propõe menos turra, mais otimismo. Se há questões sérias, sobram boas notícias. É verdade que a segurança enfrenta momento delicado, que exige ajuste do programa de pacificação. A Saúde ainda impõe obstáculos para muitos cidadãos. E a Educação também tem muito o que avançar.

Mas não é difícil ver as alvíssaras: aos poucos se desatam os nós do transporte, com a implantação de corredores exclusivos e a gradual melhoria dos ônibus; a metrópole redescobre e resgata o Porto, região há anos degradada, que desde 2014 volta a enxergar a Baía de Guanabara; e o Centro em breve deixará de ser um entroncamento de carros parados, renascendo num ambiente verde para pedestres.

Esta edição reúne o que a cidade tem de melhor, o que merece ser comemorado nesta efeméride, o que deve ser reivindicado em momentos difíceis. Esta Opinião especial, com duas páginas, traz a voz de autoridades e estudiosos sobre o aniversário e os anos vindouros. É um painel plural que resume os pontos mais relevantes para a urbe.

Voltando a falar em estereótipos, a carioquice nunca enseja irritação. Ao contrário: o termo lembra despojamento, alegria, aquela malandragem inofensiva e um enorme espírito acolhedor.

Bastam boa vontade, civilidade e consciência para que a carioquice seja maior que a turra.

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