Por felipe.martins

Rio - Preocupa a reincidência de violentos ataques a motoristas na Rodovia Presidente Dutra. O caso mais recente, no domingo, foi uma tentativa de assalto numa movimentada lanchonete no trecho da Baixada, como O DIA mostrou nesta segunda-feira. A investida, que terminou com três suspeitos mortos, aconteceu uma semana depois da sequência de arrastões também naquele segmento que ridicularizou a polícia e aterrorizou quem saía da cidade para o Feriado de Tiradentes.

Na ação deste fim de semana, foi o acaso que impediu que se contassem inocentes entre mortos e feridos. Houve um perigoso bangue-bangue em resposta à ousada ação dos bandidos, que tentaram roubar motos de policiais de folga. A saraivada de balas, que estilhaçou a fachada de vidro do estabelecimento, poderia ter atingido pedestres ou veículos em movimento — e o resultado seria trágico em ambas as possibilidades. Sorte que não foi.

Roubos e arrastões acontecem porque o policiamento é deficiente — e a geografia da Dutra, cuja extremidade fluminense é margeada por favelas e inúmeros acessos, é mais um obstáculo. O ataque de Tiradentes provou isso: foram três horas de ações coordenadas, desespero e nenhum preso.

O problema não é exclusivo da Dutra. É cíclico, ocorrendo por vezes na Washington Luís ou na Rio-Teresópolis. Mais uma vez, é importante investir na inteligência, pois beira a utopia coalhar as rodovias de agentes — estratégia que sempre vai esbarrar na questão do cobertor curto. A Polícia Rodoviária Federal, há anos com efetivo insuficiente e problemas estruturais, não consegue operar milagres. É necessário, então, unir esforços, antecipar movimentos, otimizar recursos. O que não pode é a bandidagem deitar e rolar, como se as rodovias fossem terra de ninguém, ou zonas de guerra a evitar.

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