Por bferreira

Rio - O que falar sobre Meio Ambiente nos dias de hoje? Sabe-se que os próximos muitos anos são um desses momentos decisivos da história. Estamos consumindo de uma forma insustentável os recursos que a natureza nos oferece e renova. E, com o crescimento da população e a desejável elevação dos padrões de consumo de bilhões de pessoas, essa tendência será fortemente acelerada. O rumo atual é insustentável!

O cenário aponta para a forte degradação da capacidade da natureza de renovar serviços fundamentais à qualidade da vida humana (clima, água doce, solos férteis, biodiversidade, etc) em velocidade condizente com as taxas previstas para sua utilização. Essa é a crise ambiental do século 21 em sua dimensão conhecida.

Todos estamos submetidos aos riscos dos impactos diretos previsíveis da crise ambiental, especialmente a mudança climática; aos riscos dos inevitáveis conflitos sociais, políticos e militares que decorrerão da disputa por recursos crescentemente escassos e aos riscos associados à vasta extensão da nossa ignorância sobre a natureza e, consequentemente, à possibilidade de ocorrência de impactos não previstos e potencialmente devastadores.

Temos uma grande capacidade de dilapidar e degradar a natureza do nosso tempo, aquela da qual fazemos parte. Se continuarmos no caminho em que estamos, contribuiremos para mais uma grande extinção, à qual a humanidade, ou, ao menos, a civilização como a conhecemos não poderá sobreviver.

Há ainda um risco acima do aceitável de estarmos gerando processos irreversíveis que trariam no futuro consequências potencialmente catastróficas para a civilização e a espécie humana. Para qualquer mentalidade racional, o princípio da precaução é o imperativo aplicável.

Cabe lembrar, porém, que o atual processo é insustentável para a civilização e para a biodiversidade do nosso tempo, mas não para a natureza. Na escala de tempo do planeta, contada em milhões e de milhões de anos, a humanidade é impotente para gerar dano significativo à natureza.

Sergio Besserman Vianna é economista e conselheiro Green do Nation

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