Por bferreira

Rio - O governo Dilma defende as medidas de arrocho como a única forma de o país sair da crise. Mas outros caminhos podem ser adotados. A saber:

1. Taxa de juros. O Brasil tem os maiores juros do mundo. Eles aumentam a dívida pública, que atingiu R$ 3,3 trilhões, e tem, em sua maior parte, juros pós-fixados. A alta de meio ponto eleva a dívida em até R$ 10 bilhões. O Orçamento prevê rolagem de R$ 1,356 trilhão. Isso é 47% do que o país arrecadará. Para a Saúde ficaram só 3,98%; para a Educação, 3,73%. Por que juros assim se eles se voltam contra o país?

2. Imposto sobre grandes fortunas. A Constituição o prevê. Como precisa ser regulamentado por lei complementar, desde 1988 está congelado no Congresso. Por quê?

3. Imposto sobre Operações Financeiras. Houve aumento de 15% para 20% do IOF, pago pelos bancos. Mas é pouco. Por que uma alíquota de 20% para eles e outra de 27,5% no Imposto de Renda do assalariado que ganha acima de R$ 4.664 por mês?

4. Isenção para o agronegócio. Exportadores de soja têm isenção de impostos de exportação. Por quê?

5. Imposto sobre exportação de minérios. Firmas como a Vale pagam só 4% de imposto. Por quê?

6. IPVA. Quem tem carro paga. Quem tem iate, jatinho ou helicóptero está isento. Por quê?

7. Imposto Territorial Rural. No país, são R$ 300 milhões anuais, o que equivale ao IPTU pago pelos moradores de Copacabana. A razão é que são os proprietários rurais que declaram o valor da terra. Por quê?

8. Isenção de IR sobre lucros e dividendos. Executivos de grandes empresas não pagam IR sobre a maior parte do que recebem. Por quê?

9. Isenção de IR sobre aplicações de estrangeiros em papéis da dívida pública. Os brasileiros pagam IR sobre os ganhos nesses papéis. Em 2006, Lula isentou os estrangeiros. Por quê?

10. Alíquotas do IR. Quem ganha R$ 100 mil está na alíquota máxima (27,5%), a mesma de quem ganha R$ 4.664. Por que não criar novas faixas?

Cid Benjamin é jornalista

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