Por adriano.araujo

Rio - A volta da CPMF, que bem podia se chamar ‘Como Pegar Milhões Facilmente’, é antiga estratégia do governo para ameaçar arrombar a conta bancária de nós, brasileiros, mais uma vez. As questões que ensejam a cobrança são as mesmas de 1994: déficit nas contas do governo e transferência do ônus para a sociedade. Sempre estamos trabalhando para sustentar os luxos e gastos loucos dos governos desgovernados.

O governo pode perder a linha com os gastos e sempre sacar a fundo perdido no bolso dos brasileiros. Aperto nas contas dentro das nossas casas, na da dele, para quê? Bobagem, estamos aqui para trabalhar alguns dias por ano e pagar o que eles entendem que devemos. Nós não entendemos assim, mas não temos como dizer: “Sinto muito, esse problema é seu, você quem deve pagar!”

Seria fantástico se existisse uma janela popular no Senado, uma comissão do povo com voz legítima, fora essa das ruas que grita e o eco não responde! Passada a barulheira, volta tudo como antes. Barulho e gritaria não são mais temidos. O governo está lá, impávido colosso, mandando ver em aumentos no nosso bolso e corte nos salários.

Um dia, o imposto se destinou a resolver o problema da Saúde; o tempo passou, o ministro que propôs se foi, e a CPMF ficou, mas fora da Saúde. Acabou patrocinando a corrupção. Essa epidemia sem vacina, que continua dizimando o país. Um vírus que ataca o bolso, dói, nos faz de otários da nação, de trabalhadores compulsórios a serviço da manutenção de um Estado com que não concordamos e que somos obrigados a sustentar.

Sim, os senhores ministros precisam de verbas especiais, precisam se vestir bem para representar o povo. A presidenta precisa de muitos ministérios para governar com seriedade e competência e isso, convenhamos, é caro! Aqueles malvestidos que andam pelos ônibus e trens, mas não podem ser representados de qualquer modo. Ternos vindos da China não vestem bem nos corpos robustos do Senado e da Câmara. Mas... fazer o quê? Descobriram a fórmula de como pegar milhões facilmente! Nós? Pobres de nós, só podemos olhar o extrato e ver aquele dinheiro vazando sem parar. Só nos resta trabalhar, pagar mais e viver menos! Triste fim.

?Fernando Scarpa é psicanalista

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