Por bferreira

Rio - Ok. O momento é crise. Não há como negar. Mas ficar sentado reclamando não melhora a situação de ninguém. É preciso ter coragem para enfrentar e força para encarar. Não sou especialista no assunto, mas tenho a convicção de que só vai driblar a crise ou mexer com o futuro quem conseguir ficar minimamente otimista e se dedicar a buscar soluções para si mesmo e para sua família ou seu negócio.

Na verdade, a mesma postura que a gente precisa ter na vida para superar os obstáculos de todo dia. É aquela história do copo com água até á metade. Se você olha pra ele e o vê quase vazio tem que dar seu jeito para se animar até conseguir ver o tal do copo, que tem a mesma metade da água, quase cheio. Eu sei que parece texto de livro de autoajuda, mas se você não ajudar a você mesmo, quem o fará?

Tenho conversado com muitas pessoas sobre este assunto, até porque, vamos combinar, não se fala noutra coisa. E em todas as conversas o clima é o mesmo: é preciso se motivar mais, criar mais, inventar mais e ser menos pessimista. O consultor Erik Pena é claro no livro 'Motivação Nota Dez': “A palavra de ordem no momento é inovar ou morrer”.

Erik defende que o funcionário vista a camisa da empresa com mais vigor enquanto nela estiver, que o consumidor procure comprar de empresas pequenas para que elas não desapareçam, que os empresários se reinventem , tudo isto com a motivação a mil porque, como diz ele, “motivação é como banho, tem que ser todo dia”.

E como um bom exemplo sempre ajuda vou contar um pouquinho da história de vida de Geraldo Rufino, um mineiro que começou como catador de latinhas na Favela do Sapé em São Paulo, aos 9 anos de idade. Faliu seis vezes ao longo da vida e se transformou num empresário de sucesso, dono de uma empresa de reciclagem ou desmanche de caminhões acidentados. Na prática ele desmonta caminhões que não podem mais ser utilizados para transporte e revende as peças.

No ano passado, a empresa dele, que só compra caminhões de seguradoras ou empresas, nunca de particular, desmanchou 900 caminhões e teve um faturamento de mais de 50 milhões. O bacana do livro onde Geraldo Rufino conta sua vida ('O Catador de Sonhos', Editora Gente) é que ele fez exatamente o que mandam os teóricos motivacionais, sem ter a menor ideia de que estas teorias existissem.

Trabalhou muito, com vontade, determinação, otimismo e superou todas as dificuldades, inclusive os chefes racistas que encontrou. Sim, porque Geraldo Rufino é um negro, de pouca instrução, só estudou até a 4ª Série, ficou órfão de mãe aos 6 anos de idade e passou, como não é difícil imaginar, por toda a sorte de dificuldades. Mas não perdeu a vontade de ser o protagonista da sua própria história. Nem o sorriso largo e franco.

E-mail: comcerteza@odia.com.br

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