Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A suprema criação do Designer lá de cima não é o ser humano (copyright de Ziraldo) mas, na minha opinião, é a banana. Ela não polui, não destrói o meio ambiente, não faz política, não mente, não solta pum, etc. O design é insuperável, casamento perfeito da beleza com funcionalidade. Supera até o ovo, forma perfeita, mas quando cai no chão faz uma sujeira danada. A banana, não, ela tem uma embalagem facílima de abrir. É gostosa e tem alto poder alimentício, engorda e faz crescer. O supercampeão de nado, o Phelps, já disse que come uma penca de bananas por dia para manter sua incrível resistência e bater seus recordes. Indio da Costa e Chicô Gouvêa — expoentes do design brasileiro — certamente concordarão comigo, a menos que tenham algum dia escorregado numa casca. Mesmo porque nada mais brasileiro que a banana. Yes, nós temos banana, banana pra dar e vender — já cantava Carmen Miranda.
Se bem que a política econômica dos últimos governos fez esta frase famosa ficar fora do prazo de validade. Banana de graça, nem pensar, e vender a preço de banana também não faz sentido. Mesmo porque está custando os olhos da cara. Outra coisa: os americanos nos chamavam de Banana Republic. Não chamam mais porque não é politicamente correto (mas que continuam achando, continuam). Sobre a banana, a única coisa que continua atual é o famoso gesto insultuoso: aqui, ó, procê! E é essa banana que o governo está dando para nós, o povo.
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Na entrevista que deu para o ‘Pasquim’, em junho de 1972, Carlos Manga, um cara talentoso mas pragmático, confessa: “Sou o responsável e assumo a culpa. Lancei o júri de televisão no Brasil. Disse isso porque o acusei de ter massacrado o coitado do Clóvis Bornay num desses programas. Ele chorava. O rímel escorria pela cara. Achei uma coisa sórdida.” Manga alegou que não era sórdida, o fato é que existe.
“Esse sadismo existe no homem, da mesma maneira que o sujeito desce do carro, quando tem um desastre na rua, para ver o morto coberto de jornal. O maior sadismo não é a agressividade, é um negócio chamado Ibope. Se você bota uma piada grossa no programa, faz sucesso na hora.” Hoje, a TV continua insistindo na mesma fórmula, para dar Ibope. Só que Manga contava com um gênio do humor, Chico Anysio. É até covardia comparar com os histriões patéticos do ‘Vai que Cola’. O auditório amestrado piorou muito também. Aplaude todas as vezes que alguém grita “PQP!”, por extenso e com letras em néon.