Por bferreira
Rio - O Ministério da Fazenda sempre foi respeitado pelos presidentes. Getulio Vargas deu o exemplo, mantendo por quase 15 anos Artur de Sousa Costa. Este, aliás, foi um brasileiro tão exemplar que o presidente Médici criou por decreto uma pensão para sua viúva, então em dificuldades. Teve na pasta, por duas vezes, o estadista de sua maior confiança, que foi Oswaldo Aranha. Café Filho contou com o Príncipe de nossos economistas, Eugênio Gudin. JK teve o melhor em pessoas de sua absoluta confiança como José Maria Alkmin e Lucas Lopes. Jango (até ele!) teve Carvalho Pinto, Santhiago Dantas e Walter Moreira Salles.
A Revolução então teve consagrados nomes, como Otavio Gouvêa de Bulhões,Roberto Campos, Delfim Netto, Ernane Galveas, Mário Henrique Simonsen. Sarney herdou bom nome em Francisco Dornelles e fechou o governo com outro respeitado, Maílson da Nóbrega, mas viu a inflação estourar nas aventuras tucanas e irresponsáveis de Dilson Funaro e Bresser Pereira. Collor corrigiu a leviandade da senhora Chico Anysio com Marcílio Marques Moreira. E Itamar foi buscar dois talentos: Eliseu Resende e Fernando Henrique, para o seu plano de estabilização, o Real, que a a canalhice política tenta ocultar ter sido ele o criador.
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Os anos PT foram equivocados, apesar da excelente cabeça de Antônio Palocci, que, por duas vezes, perdeu a cadeira por motivos outros — infelizmente para o país. Mantega se mostrou um fraco e, finalmente, chegamos à pragmática escolha de Joaquim Levy.
No entanto, é justo se lembrar da felicidade com que Fernando Henrique Cardoso contou com o exemplar Pedro Malan, homem correto, estudioso, sereno, austero. Cumpriu com zelo a missão, enfrentando, inclusive, restrições por parte de incorrigível marxista que é o José Serra. Malan é discreto, voltado a participar de alguns conselhos e de fazer o que mais gosta, que é dar aulas.
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Esse petropolitano, de minha geração, merece ser lembrado como referência altamente positiva, prova de que o Brasil dispõe de reservas éticas, morais e cívicas de que pode se valer, em caso de necessidade.
Diria até que Pedro Malan, por tudo que foi e é, seria um presidente da República para unir e salvar nosso país, se todos quisessem fazer dele uma grande nação, como observou Tiradentes.
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Aristóteles Drummond é jornalista