Por felipe.martins, felipe.martins
Rio Em 2007, o então governador Cabral iniciou seu mandato alterando o modelo de gestão da área da saúde. A ordem era terceirizar. Luiz Fernando Pezão e Eduardo Paes, fiéis ao slogan do PMDB, “somando forças”, ampliaram o processo com a contratação de mais organizações sociais (OSs), entidades supostamente sem fins lucrativos.
Bilhões de reais destinados à compra de equipamentos e insumos e à contratação de pessoal passaram da administração pública direta para as mãos de terceiros. O modelo seria, segundo seus defensores, mais eficiente, além de dispensar licitações e concursos públicos.
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Mas a esperada economia não aconteceu e, pior, o atendimento à população não melhorou. Filas, falta de medicamentos, ausência de profissionais e equipamentos quebrados continuaram. A crise da Saúde é manchete em todos os jornais. Não há marqueteiro capaz de reverter a péssima imagem de cidadãos batendo com a cara na porta de hospitais e postos de saúde inoperantes.
Auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas do Município apontaram superfaturamento e desperdício nos contratos entre a prefeitura e as OSs. E a Saúde no Rio tornou-se literalmente caso de polícia após a prisão de diretores do Instituto SAS e da Biotech — OSs responsáveis pela Maternidade Maria Amélia e pelos hospitais Pedro II e Ronaldo Gazolla. A descoberta de desvio de insumos hospitalares para a criação de cavalos, a apreensão de malas de dinheiro, joias e carros de luxo comprovaram que algumas organizações sociais prestigiadas pela prefeitura eram, na verdade, organizações criminosas.
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Não critico o modelo adotado pelo governador e pelo prefeito por razões ideológicas. Não antevi sua falência por possuir bola de cristal. Antes de ser vereador fui diretor do Hospital Miguel Couto. Antes de ser político, sou médico. E, como o sistema público de saúde é único, é preciso somar forças. Somar forças para mudar os rumos de política equivocada para a saúde pública. Somar forças para atender os pacientes com dignidade e sem desperdício de dinheiro público. E, sobretudo, somar forças para cumprir o principal função dos servidores da Saúde: salvar vidas.
Paulo Pinheiro  é médico e vereador pelo Psol
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