O esquema seria comandado pelo chefão do tráfico Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, de 33 anos. “Também temos informações de que comparsas do Alvarenga estariam ganhando locações dele. Ou seja, eles alugam esses terrenos e ficam com o dinheiro”, disse o delegado José Pedro Costa Silva, titular da 21ª DP.
Fotos de obras supostamente irregulares nas comunidades constam do inquérito instaurado na 21ª DP, ao qual o DIA teve acesso. A equipe da distrital apura ainda a participação de parentes de Alvarenga no esquema irregular de venda e aluguel dos terrenos. José Pedro afirma que as pessoas que já foram denunciadas por moradores e comerciantes serão chamadas para depor a partir de amanhã.
Os terrenos que estariam sendo vendidos pela quadrilha de Alvarenga ficam às margens da Linha Vermelha e custariam até R$ 30 mil. Segundo o inquérito, moradores já foram expulsos de suas casas para que o bando montasse bocas de fumo nos locais. ser montada uma boca de fumo.
O delegado José Pedro ressalta que só decidirá pelo indiciamento ou não dos acusados depois de ouvir os primeiros depoimentos. Quem tiver a participação no esquema comprovada, poderá responder por associação ao tráfico, formação de quadrilha ou bando e extorsão.
Há denúncias de que um parente do traficante Alvarenga e um ex-líder comunitário do Parque União estão liderando os delitos e recebendo os dinheiros das extorsões. No inquérito, uma das vítimas conta que pagou aproximadamente R$ 40 mil ao parente de Alvarenga para comprar uma laje.
O delegado José Pedro Costa Silva disse que já enviou um ofício certificando a Prefeitura do Rio de que áreas vazias e que pertencem ao poder público estão sendo ocupadas. Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a prefeitura não deu resposta.