Por raphael.perucci
Além das extorsões praticadas aos comerciantes para financiar a fuga dos traficantes antes da ocupação do Complexo da Maré, mostradas neste domingo no DIA, a quadrilha que domina as bocas de fumo do Parque União e da Nova Holanda é acusada de vender terrenos que estão vazios nas favela, alguns, inclusive, seriam áreas públicas. A denúncia é investigada no inquérito de número 04715/2013, da 21ª DP (Bonsucesso), o mesmo que apura a ‘tabela da extorsão’ imposta pelo Comando Vermelho (CV) nas duas comunidades.

O esquema seria comandado pelo chefão do tráfico Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, de 33 anos. “Também temos informações de que comparsas do Alvarenga estariam ganhando locações dele. Ou seja, eles alugam esses terrenos e ficam com o dinheiro”, disse o delegado José Pedro Costa Silva, titular da 21ª DP.
Imagem de obra na Maré%3A imagens foram anexadas ao inquérito da 21ª DPDivulgação



Fotos de obras supostamente irregulares nas comunidades constam do inquérito instaurado na 21ª DP, ao qual o DIA teve acesso. A equipe da distrital apura ainda a participação de parentes de Alvarenga no esquema irregular de venda e aluguel dos terrenos. José Pedro afirma que as pessoas que já foram denunciadas por moradores e comerciantes serão chamadas para depor a partir de amanhã.

Os terrenos que estariam sendo vendidos pela quadrilha de Alvarenga ficam às margens da Linha Vermelha e custariam até R$ 30 mil. Segundo o inquérito, moradores já foram expulsos de suas casas para que o bando montasse bocas de fumo nos locais. ser montada uma boca de fumo.
O delegado José Pedro ressalta que só decidirá pelo indiciamento ou não dos acusados depois de ouvir os primeiros depoimentos. Quem tiver a participação no esquema comprovada, poderá responder por associação ao tráfico, formação de quadrilha ou bando e extorsão.

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R$ 40 mil por laje

Há denúncias de que um parente do traficante Alvarenga e um ex-líder comunitário do Parque União estão liderando os delitos e recebendo os dinheiros das extorsões. No inquérito, uma das vítimas conta que pagou aproximadamente R$ 40 mil ao parente de Alvarenga para comprar uma laje.

O delegado José Pedro Costa Silva disse que já enviou um ofício certificando a Prefeitura do Rio de que áreas vazias e que pertencem ao poder público estão sendo ocupadas. Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a prefeitura não deu resposta.