Rio - Quatro pessoas foram detidas na 4ª DP (Praça da República) após a manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira, sendo dois estudantes e dois ambulantes que teriam aderido ao protesto que começou às 18h na Candelária.
Manifestantes fecharam a Avenida Presidente Vargas e quando o grupo chegou na Central do Brasil, houve confusão com policiais militares do Batalhão de Choque (BPChq), que acompanhavam o protesto.
Duas pessoas ficaram feridas e foram levadas para a Coordenação de Emergência Regional, no Centro. Guilherme de Morais, 24 anos, estudante universitário, foi atingido na coxa esquerda por uma bala de borracha. Gabriel Uaconan, 21 anos, estudante que estava vestido de índio, também foi alvejado por disparo de borracha na coxa direita.
"Primeiro lançaram o gás, depois a bala de borracha. O Choque mirou as pernas dos manifestantes. Eu estava cantando e minha única arma era minha arma de reza, um chocalho. Não consigo andar direito, estou mancando, o ferimento dói", disse Gabriel.
Segundo estudantes, os policiais lançaram bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha, atingindo uma pessoa na perna. Eles prometem novo protesto para segunda-feira, na porta da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A manifestação que teria contado com mais de 200 participantes, foi organizada via Facebook pelo Fórum de Luta contra o Aumento de Passagens, formado por estudantes do ensino médio, universitários e trabalhadores, que conta com mais de 100 membros.
O policiamento foi reforçado pelo 5º BPM (Praça da Harmonia). Segundo PMs do Choque, foram apreendidas pedras portuguesas que teriam sido usadas contra viaturas.
Vitor Hugo Ferraz, 16 anos, estudante da Rede MV1, na Ilha, falou da violência policial. "O Choque foi bastante hostil, pois era uma manifestação pacífica, teve gente ferida na perna, um absurdo", disse.