Rio - O fim da manifestação até então pacífica contra o aumento das passagens de ônibus originou tumulto entre os ativistas e policiais que acompanhavam o protesto.
Na Avenida Presidente Vargas, os estudantes se sentaram e fecharam a via. Houve princípio de discussão e um manifestante foi ferido com balas de borracha no olho esquerdo e encaminhado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
Ele foi identificado apenas como Felipe. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde. Outro estudante também foi ferido por golpes de cassetete. Um PM acabou ferido na cabeça por uma pedrada.
Os manifestantes atearam fogo em vários montes de lixo pelo caminho e quebraram vidros de pontos de ônibus.
A Universidade Estácio de Sá informou que fechou as portas por medida de segurança. Até às 22h10, os alunos permaneciam na instituição.
O MetrôRio informou que somente o acesso à estação pela Presidente Vargas pela Avenida Marechal Floriano se encontra aberto.
A Avenida Presidente Vargas ficou fechada no sentido Zona Norte por cerca de 1h. Houve lentidão no Mergulhão da Praça XV e na Rua 1º de Março. A Avenida Presidente Antônio Carlos ficou interditada na altura da Avenida Almirante Barroso.
Cinco mil contra aumento de passagens
Mais de 5 mil manifestantes fecharam a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira, no protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus. As passagens subiram de R$ 2,75 para 2,95 no dia 1º de junho.
Após meia hora de caminhada, uma bomba tipo 'cabeção de nego' atingiu uma agência bancária. A atitude causou reprovação entre os envolvidos, que vaiaram o autor.
Pessoas em prédios próximos produziram chuva de papel picado, além de levantar cartazes e colocá-los nas janelas em apoio aos manifestantes.
Cerca de 100 PMs do 5º BPM (Praça da Harmonia) acompanharam a manifestação e, segundo a corporação, homens do Batalhão de Choque estiveram de prontidão no local (BPCHq).
O tráfego ficou lento em toda a extensão da Avenida Rio Branco e na pista lateral da Presidente Vargas, sentido Candelária, desde a Avenida Passos. Por volta das 17h, os manifestantes se concentraram na Praça da Candelária.
Os manifestantes agora se dirigiram em direção à Alerj. Já no local, ocorreu uma confusão de repente e um princípio de corre-corre. Um homem bem vestido apareceu com um corte na cabeça e imediatamente, cerca de 20 policiais o cercaram e levaram para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, informando que ele estava pichando muro.
Os manifestantes o acusaram de ser policial infiltrado do serviço reservado (P2), querendo tumultuar o movimento. O homem se identificou como Edson Santos. "Eu trabalho em um hospital, não sabia de manifestação nenhuma e fui atigindo por uma pedrada", disse ele.