Rio - O pastor Marcos Pereira chegou com uma hora de atraso para a primeira audiência na 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na tarde desta segunda-feira. Um grupo de 15 fiéis formou uma corrente de oração em frente ao fórum, mas a entrada no local da audiência não será permitida. Pereira é acusado de dois estupros e de coação no curso do processo.
O pastor se atrasou, de acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), porque o carro que o levava ao fórum apresentou pane e precisou ser substituído. Nesta audiência, foram convocadas seis testemunhas de acusação, entre supostas vítimas e parentes, e oito de defesa.
As quatro testemunhas de acusação que compareceram ao fórum pediram para prestar depoimento sem a presença do pastor. Marcos Pereira está preso, desde o último dia 8, no Complexo de Gericinó. Ele ainda responde por dois estupros.
Esposa indiciada
A esposa do pastor, Ana Madureira Pereira da Silva, foi indiciada na semana passada pela Delegacia de Combate às Drogas (Decod) pelo crime de denunciação caluniosa, cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão.
Segundo o delegado Márcio Mendonça, Ana prestou depoimento no inquérito que investiga suspeitas de estupros cometidos pelo pastor. Na ocasião, ela disse à polícia que foi violentada pelo próprio marido.
Após a prisão do religioso, Ana gravou um vídeo, postado na Internet, onde desmentia seu depoimento e afirmava que o marido era inocente das acusações. A mulher de Marcos Pereira chegou a ser intimada duas vezes pela especializada para esclarecer a mudança no relato. Ana, no entanto, não compareceu. Ela pode responder ao processo em liberdade.
"Estou extremamente aborrecida com o que estou ouvindo na mídia. Eu quero dizer que isto (as acusações de estupro) são mentira. Ele não me estuprou. Estou cansada dessas galhofadas", afirmou, no vídeo.