Por thiago.antunes

Rio - A manifestação contra o aumento da passagem de ônibus, entre outras demandas sociais, acabou em corre-corre e confusão. Um grupo de manifestantes tentou entrar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e a Polícia Militar reagiu com bombas de gás e efeito moral.

Um carro chegou a ser virado e incendiado. A confusão começou no momento em que um manifestante tentou abrir um carro da polícia. PMs do Serviço Reservado (P2) prenderam o rapaz.

Quando a maior parte de pessoas presentes ao protesto já havia ido embora, um pequeno grupo persistiu no local e reuniu correntes e pedras para tentar invadir a Alerj uma segunda vez. Alguns jogaram coquetéis molotov na entrada do local e policiais responderam com bombas de gás.

Os participantes acenderam uma fogueira em frente ao local e depredaram dois restaurantes próximos. Eles ainda discutiram entre si, quando um grupo queria derrubar uma banca e outro impediu, afirmando que o dono seria trabalhador. Uma cabine da PM foi lançada na fogueira e parte do grupo arrombou um caixa eletrônico.

Manifestantes invadiram uma agência bancária na Rua da Assembleia e pegaram móveis e computadores para aumentar o fogo. Anteriormente, eles chegaram a jogar pedras na janela da Alerj. Parte deles depredou carros, queimou montes de lixo e entrou em confronto com os PMs. Um segurança da Casa informou que há funcionários e policiais feridos no local e que o socorro não consegue chegar na Alerj por conta da ocupação das vias.

Em nota, a PM informou que cinco policiais militares do 5º BPM (Prala da Harmonia) foram feridos. Manifestantes também alegam que há feridos do lado de fora do prédio. O soldado Martins, que faz a segurança na porta da Alerj, pediu que os participantes não invadissem o local.

"Trabalho no Alemão e nunca vi uma situação tão tensa. Queria pedir pra ninguém entrar aqui. Estou do lado de vocês, mas alguns passaram do limite. Nunca vi nada igual", contou o PM.

PM apoia manifestação

"Estaria tudo bem se estivéssemos lá, junto com eles". A frase, dita por um policial militar do 5º BPM (Praça da Harmonia) reafirma o caráter pacífico da manifestação contra o aumento da tarifa dos ônibus na cidade. "Sabemos que eles estão certos, mas temos que ficar aqui fardados, cumprindo o nosso papel", revelou outro PM, que não quis se identificar. A estimativa é que as ruas do Centro do Rio foram ocupadas por até 130 mil pessoas.

Um grupo de punks queimou a bandeira do Brasil e foi reprimido pelos manifestantes, o que gerou um rápido bate-boca, sem violência. Quando os manifestantes chegaram nos arredores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) houve registro de confusão. Um grupo tentou invadir a Alerj e os policiais reprimiram com tiros de borracha e bombas de efeito moral.

Cerca de 100 mil pessoas compareceram ao protesto no Centro do RioFernando Souza / Agência O Dia

A Avenida Presidente Antonio Carlos foi completamente interditada ao tráfego. A Avenida Rio Branco, a Araújo Porto Alegre e a pista lateral da Presidente Vargas, sentido Candelária, a partir da Avenida Passos, também ficaram fechadas.

Em nota, a Prefeitura do Rio informou que apoia o protesto e está disposta a dialogar com os manifestantes. O Governo do Estado não quis se pronunciar.

Marcha de branco

A exemplo da manifestação de quinta-feira, populares nos prédios jogam papel picado em apoio ao protesto e os manifestantes pedem a paricipação coletiva. Na maioria dos edifícios ao longo do trajeto, os presentes nos apartamentos piscaram luzes aderindo ao movimento. Alguns motoristas participam de buzinaço como forma de apoio à mobilização.

Manifestantes acusam policiais de usar armamentos letais para combater protesto. Na foto%2C o que seria um projétil e uma granadaAthos Moura / Agência O Dia

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, policiais do Batalhão de Choque (BPChq) estão de prontidão nos quartéis. Um grupo de jovens na dianteira do protesto exibe a constituição aos policiais e grita palavras de ordem.

Estudantes de medicina ofereceram assistência médica para quem precisasse no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

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