Rio - Pagou e não levou. Essa máxima caiu como uma luva para torcedores que compraram ingressos para assistir à partida entre México e Itália no Maracanã domingo. Quem ficou nas poltronas 13 e 14 das fileiras do bloco 231 teve que sentar na escadaria ou ser realocado para outro ponto, pois os lugares simplesmente não existiam. Segundo a Fifa, a falha foi provocada pelo atraso na entrega do estádio, e por isso “alguns ajustes precisaram ser feitos na distribuição dos assentos”.
“Comprei quatro ingressos: para mim, minha esposa e meus dois filhos. Chegamos na fileira P do portão F e descobrimos que as poltronas 13 e 14 não existiam. Cabem duas cadeiras ali, mas é o acesso”, relata o administrador Carlos Cordeiro, 37 anos, que afirma não ter conseguido outra poltrona:
“No guichê da Fifa disseram que não podiam fazer nada. E que se quiséssemos ver o jogo em pé, poderíamos ir lá para cima, ou ficar sentados na escadaria. Ficamos sentados no corredor, com um monte de gente passando. Nenhum segurança veio ajudar. As pessoas que passavam ainda falavam: ‘sai do caminho!’ Que pouca vergonha é essa?”, esbravejou o torcedor.
O mesmo ocorreu com a advogada Cíntia Estefanez, 34: “Compramos para as cadeiras 13 e 14, setor M. Todos que se depararam com essa situação foram encaminhados para o balcão de informações. Disseram que iam procurar um lugar pra gente, mas eram pontos distantes do grupo que estava conosco. Passei por enorme constrangimento sentada na escadaria. Policiais foram falar com a gente e tivemos que nos explicar. Foi horrível. Penso em acionar a Fifa, para indenização”, disse ela, que pagou R$ 57 pelo ingresso.
Em nota, a Fifa declarou que entrou em contato com as pessoas que poderiam ser prejudicadas por este problema e que contou com uma equipe de apoio no local para realocar os torcedores. Afirmou ainda que havia ingressos de contingência “prevendo estes casos, algo comum em todo grande evento”.
Cidinha Campos critica a Fifa
A secretária estadual de Proteção de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, criticou a falta de organização e afirmou que a Fifa cobra, mas não administra bem seus eventos.
“Ao processar a Fifa quem responde é a União. Eles devem ter mais cuidado. Torcedores que pagaram por ingressos e foram retirá-los no Galeão passaram até cinco horas na fila, porque não havia atendente”, criticou Cidinha Campos.
Cadeiras cativas indenizadas
O Governo do Estado gastará R$ 1.769.630 em indenizações para donos de cadeiras cativas do Maracanã que não poderão utilizá-las na Copa das Confederações. O valor, que será dividido por 4.968 titulares, foi baseado no preço dos ingressos dos três jogos. Segundo a Fifa, contratos assinados com Comitê Organizador Local e o governo estipulam que os estádios têm que ser entregues sem qualquer direito a terceiros ou parceiros comerciais aos organizadores do evento.