Por thiago.antunes

Rio - A preocupação de que atos de violência de qualquer lado se repitam na manifestação de domingo levou o deputado e líder da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo, a se reunir nesta quinta-feira com o secretário de Segurança José Beltrame. Freixo pediu que ele encontre lideranças do Comitê Popular da Copa e tente medidas de redução da violência.

O deputado entregou imagens de grupos nazistas que repudiaram partidos políticos, além de vídeos da ação da polícia no protesto do dia 20. Segundo Freixo, Beltrame concordou que houve excesso na repressão e pediu à Corregedoria da PM para investigar.

Manifestação transcorre pacífica

Pela primeira vez desde o início da onda de protestos que tomou conta do país, cariocas puderam exercer seu direito de lutar pela democracia em paz do início ao fim mesmo com militantes de partidos políticos estendendo suas bandeiras.

De forma tranquila e ordeira%2C multidão fez suas reivindicações políticas e sociais com bandeiras e cartazes nas ruas do Centro. Houve espaço e liberdade para causasMarcos Cruz / Agência O Dia

O ato transcorreu livre das cenas de violência que chocaram o mundo semana passada. O que se viu ontem nas principais ruas do Centro do Rio foi uma multidão que, de forma tranquila e ordeira, fazia suas reivindicações.

Entre os cerca de 10 mil manifestantes que caminharam da Candelária à Cinelândia, havia espaço para todas as causas e tribos: de índios, que queriam reaver a Aldeia Maracanã, a professores, bombeiros e profissionais da saúde, cada um com seu grito.

“Essa é a verdadeira manifestação da democracia. A rua é de todos”, elogiou o atual líder da Comissão da Verdade do Rio e ex-presidente da OAB/RJ, Wadih Damous. Acostumado às reivindicações, Benevonuto Daciolo foi pedir a reintegração de bombeiros expulsos após greve do ano passado.

Militantes de partidos políticos puderam participar da manifestação com bandeiras sem enfrentar represáliaAndré Mourão / Agência O Dia

Teve até quem lutasse em causa própria: desempregado, João Firmino Pedrosa, 35 anos, saiu de Campo Grande para defender o ganha-pão de seus três filhos. Ele faturou R$ 300 vendendo bandeiras do Brasil e máscaras.

Durante toda a passeata, as pessoas cantaram, estenderam suas faixas e cartazes, sem incidentes. O único momento tenso foi quando a presidente do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Vera Nepomuceno, pegou o microfone e disse que o movimento tinha liderança.

Ela foi vaiada e representantes do Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens gritaram que o ato não tinha líderes. Em seguida, o grupo caminhou até a sede da Fetranspor, na Rua da Assembleia, onde pediram melhorias nos transportes públicos.

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