Por thiago.antunes

Rio - Integrantes do grupo Black Bloc e anarquistas entraram em confronto com policiais militares no Centro do Rio, durante ato de várias centras sindicais na Candelária, nesta quinta-feira. A confusão começou na Avenida Rio Branco, na altura da Almirante Barroso. A PM reagiu atirando com balas de borracha e jogando bombas de gás lacrimogênio.

Parte dos membros do Black Bloc incendiou pilhas de lixo em pontos da via. A manifestação dispersou quando o tumulto começou e os carros de som foram desligados. Os PMs encurralam o grupo que começou a confusão na Avenida Chile, para que eles não se aproximassem do protesto. Neste momento, PMs do Batalhão de Choque se dirigem para o local.

Os policiais fazem rondas na região para tentar encontrar o grupo de baderneiros. Ainda não informações sobre feridos. Neste momento, os grupos sindicais voltam a ligar carros de som para terminar a manifestação.

Manifestante afirma ter perdido um dente após ser agredido por um PMAgência O Dia

Mais de 20 mil e vários focos de confusão

Um homem teve o dente quebrado durante um dos vários focos de confusão que aconteceram durante o ato na Candelária, que reuniu mais de 20 mil no Centro. Thiago Dias Sousa, alegou que estava no meio do empurra empurra quando um jovem do grupo Black Bloc estava sendo detido e foi atingido por um escudo da PM no rosto. 

No começo da tarde desta quinta, um homem jogou uma pedra na vidraça dos fundos da Igreja da Candelária e saiu andando no meio da multidão. Uma pessoa que presenciou a cena, contou o caso aos PMs que estavam no local e o cercaram. Outros manifestantes tentaram impedir a ação da polícia e houve tumulto. O rapaz, ainda não identificado, acabou solto. De acordo com os ativistas, vários policiais militares estão sem identificação nas fardas.

Mais cedo, um tumulto entre o grupo Black Bloc e PMs do 5º BPM (Praça da Harmonia) terminou com um dos manifestantes levado para a 5ª DP (Mem de Sá) por estar com o rosto coberto e se recusar a se identificar. O jovem carregava uma bandeira com o símbolo do anarquismo. Cerca de 50 membros do Black Bloc estiveram no local.

Fabrício Oliveira, 26 anos, que está desempregado, falou sobre a ação policial. "A PM estava certa, mas foi covarde e perdeu a razão, porque o rapaz ligou pro pai e pediu que eles esperassem para que ele chegasse e fosse com eles até a delegacia, o que não aconteceu. Eu memsmo tomei uma cacetada na barriga. Não fiz nada", reclamou.

Manifestante é detido por estar sem identificação durante passeata do Dia Nacional de Lutas no Centro do RioMárcio Moraes / Agência O Dia

Na Avenida Presidente Vargas, uma equipe da TV Globo foi cercada por manifestantes e a polícia tambem usou gás e spray para afastá-los.

Alguns representantes dos sindicatos anunciaram várias vezes pelo alto-falante que não querem pessoas com rostos cobertos no ato. "Aqui não tem fascista, só categorias unidas", repetiram. A diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Vera Nepomuceno, condenou as ações policiais durante as diversas manifestações pela cidade.

O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que acompanhou o ato deu apoio à manifestação. "É muito bom ver as pessoas na rua, principalmente as centrais sindicais, que estavam um pouco adormecidas pela relação com o PT. As pautas apresentadas nessa manifestação são antigas e isso mostra que nada foi resolvido até agora", pontuou Freixo.

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