Por thiago.antunes

Rio - A truculência da Polícia Militar e os excessos cometidos em manifestações, com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e perseguição de manifestantes por policiais com rosto coberto e sem identificação na farda, estão na pauta do dia da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.

Com o acompanhamento direto de representantes da Presidência da República, o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, se reuniu com o comandante da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, e o corregedor, coronel Waldir Soares, além de representantes da OAB e da Anistia Internacional para discutir o assunto.

Uma das orientações que já foram passadas para os policiais é que usem menos gás de pimenta e lacrimogêneo e balas de borracha nos protestos. “Tiramos desta reunião a necessidade de capacitar os policiais do Choque e dos batalhões que têm participado das manifestações para que eles percebam a importância de agir com respeito à pessoa humana, ao direito de ir e vir, e à propriedade”, disse Zaqueu.

Policial faz disparo de bomba de gás: excessos estão sendo investigadosJoão Laet / Agência O Dia

Segundo secretário, a PM se comprometeu a punir com rigor os excessos. Para isso, pediu aos manifestantes que denunciem os abusos. “O nome do policial tem que estar visível. É obrigatório. E o comandante nos garantiu que os policiais que foram flagrados cometendo abusos já estão afastados das atividades”, prosseguiu Zaqueu Teixeira, sem identificar ou dizer quantos agentes foram punidos.

O curso de reciclagem dos policiais será definido em até 30 dias, quando será criado, também, um grupo de trabalho para criar normas e procedimentos específicos para os grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas.

“A sociedade vai saber claramente como o policial deverá se comportar nestes eventos que estão por vir”, completou o secretário.

Delegado diz que há ‘fortes indícios’ de que Daniel Barata atirou cinzeiro

O estudante Ruan Martins Nascimento, de 24 anos, ferido na testa quando participava de um protesto em frente ao Copacabana Palace, onde era realizado o casamento de Beatriz Barata — neta do empresário do setor de transportes Jacob Barata —, na noite de sábado, afirmou que vai entrar com uma ação indenizatória pela agressão sofrida.

Daniel Barata, 18 anos, que é sobrinho de Jacob Barata, é o principal suspeito de atirar um cinzeiro no jovem. Uma pessoa com este nome (Daniel Barata) chegou a postar em rede social que jogou o cinzeiro.

“O Ruan já reconheceu o Daniel como autor por fotos. Vamos chamar o acusado para depor, mas há fortes indícios de que ele tacou o cinzeiro. Se comprovar que ele é o autor, pode responder por lesão corporal dolosa”, afirmou o delegado José William de Medeiros, titular da 12ª DP (Copacabana).

O rapaz que sofreu traumatismo craniano durante confronto entre a PM e manifestantes no protesto da última quinta-feira teve alta nesta segunda-feira da Casa de Saúde Pinheiro Machado, onde estava internado.

Você pode gostar