Por raphael.perucci

Rio - O governador Sérgio Cabral criticou duramente a ação de baderneiros durante os protestos no Leblon. Através de nota divulgada nesta quinta por sua assessoria de imprensa, Cabral disse que houve "uma afronta ao estado". "Os atos de vandalismo na madrugada de ontem (quarta) nos bairros do Leblon e Ipanema são uma afronta ao Estado Democrático de Direito. O Governo do Estado reitera a sua posição de garantir, através das forças de Segurança Pública, não só o direito à livre manifestação, como também o direito de ir e vir e à proteção ao patrimônio público e privado.", avaliou o governador.

No início da manhã desta quinta-feira, a cúpula da Segurança Público do Estado teve uma reunião de emergência no Palácio Guabanara após convocação de Cabral. Depois do encontro, o comandante da PM, coronel Erir Ribeiro, afirmou em entrevista que não terá como fazer uma negociação sem um líder do movimento. "Hoje nós vamos ter que negociar virtualmente, sem líder não há diálogo", afirmou.

Agência ficou destruída no Leblon após protestoAlessandro Costa / Agência O Dia


Sobre os excessos cometidos por parte da polícia e dos manifestantes, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, enfatizou mais uma vez que os excessos não serão tolerados, nem nas manifestações e nem em lugar nenhum.

O coronel Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior da PM, informou que o acordo que foi feito entre polícia e manifestantes, de não usar o gás no protesto, não deu certo. "Estamos analisando novos procedimento técnicos para descobrir como agir".

Já a chefe de Polícia Civil Martha Rocha afirmou que a polícia continua investigando, mas que as prisões pelos crimes que ocorreram nos últimos protestos de vandalismo, formação de quadrilha e incitação ao crime, dano, desacato e lesão corporal preveem fiança. Ela alegou também que cabe a mídia ajudar a investigar os culpados.

Cúpula da Segurança Pública falou sobre protestos no Leblon. Na imagem, Martha Rocha e BeltameEstefan Radovicz / Agência O Dia


Planejamento para a Jornada

Beltrame também foi enfático ao afirmar que o planejamento para a visita do Papa Francisco, para a Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá na próxima semana na cidade, já está pronto.

"O planejamento para a visita do Papa está pronto. Ele tem um protocolo. A gente sabe o que vai acontecer na agenda desta autoridade. A questão da manifestação é diferente, a PM está adaptando, porque não há uma agenda coordenada. A gente está atento, mas tem que ver quando vai acontecer, se isso vai acontecer, porque a gente não tem esta informação"

Complementando o que Beltrame disse, o comandante da PM afirmou que "durante a Copa das Confederações, quem foi ao estádio, só soube do que houve nas ruas quando chegou em casa". O comentário foi uma menção ao que pode ocorrer na Jornada Mundial da Juventude, sobre os possíveis protestos durante a próxima semana.

Coronel Erir Ribeiro%2C comandante da PM%2C afirmou%2C durante entrevista%2C que não há diálogo sem um líder representando o movimentoEstefan Radovicz / Agência O Dia


Clima ficou tenso durante protesto

Por volta das 22h de quarta-feira, durante manifestação que ocorria nas imediações do Leblon, um princípio de tumulto ocorreu quando uma emissora de TV foi expulsa pelos manifestantes. Outro momento de tensão aconteceu quando um homem que parecia drogado ou alcoolizado tentou derrubar a grade da via Aristídes Espínola, onde mora o governador Sérgio Cabral, que foi fechada desde 17h30 por policiais militares.

Um jovem identificado apenas como Anderson foi detido durante o protesto e provocou revolta nas pessoas. Elas afirmam que ele foi preso e levado para o presídio de Japeri, na Baixada Fluminense. A comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi até o Tribunal da Justiça do Rio (TJ-RJ), nesta quinta, para protocolar o pedido de hábeas corpus do detido. Segundo a polícia, ele foi preso sob a acusação de formação de quadrilha, quando PMs revistaram a mochila do rapaz e encontraram dois morteiros.


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