Rio - O governo vai inserir os familiares do pedreiro Amarildo, desaparecido na Rocinha, em um programa de proteção à testemunha, segundo ficou acordado em reunião entre familiares e o governador Sérgio Cabral no Palácio Guanabara, na Zona Sul, nesta terça-feira. O encontro também teve a participação do secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira.
"A família será inserida no programa de proteção e existe a possibilidade de os familiares serem retirados da comunidade nos próximos dias", informou Zaqueu Teixeira.
Mais cedo, o governador disse em seu Twitter que vai mobilizar todo o governo para descobrir onde está Amarildo e identificar os responsáveis pelo seu desaparecimento. "Nada justifica o desaparecimento de uma pessoa que foi checada pelo próprio comandante da UPP como trabalhador", afirmou.
O defensor público geral do estado, Nilson Bruno, informou que as providências estão sendo satisfatórias em relação à proteção da família. "Trabalhamos com a hipótese de desaparecimento, já que não há indícios de corpo", disse.
A mulher de Amarildo, Elizabeth Gomes da Silva, disse que não acredita mais que o marido esteja vivo. "Já são 13 dias. Já procuramos em todos os lugares, em São Gonçalo e em Niterói (na Região Metropolitana do Rio). Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo até de sair para comprar pão", contou.
Amarildo Dias, de 47 anos está desaparecido desde o dia 14, quando policias da UPP da Rocinha o levaram para averiguação na delegacia da comunidade. No último domingo, cerca de 40 pessoas entre parentes e amigos do pedreiro fizeram um protesto na entrada do Parque Ecológico da Rocinha, na Zona Sul, por conta do descaso da PM para encontrá-lo.
Polícia apura desavença entre PM e pedreiro
Uma rixa entre um PM da UPP, que participou da operação quando Amarildo desapareceu, e o pedreiro é uma das linhas de investigação da 15ª DP (Gávea).
Os PMs, no entanto, alegam que o acharam parecido com um bandido procurado. O delegado-titular da 15ª DP (Gávea), Orlando Zaccone, enviou a foto de Amarildo para os institutos Médico-Legais do estado e vai ouvir nesta quarta-feira os parentes.
"A busca por um corpo não pode ser feita como diligência simples. Temos que trabalhar informações para irmos aos locais”, alegou Zaccone.