Rio - O criminoso mais procurado do Rio foi preso na madrugada deste sábado, após uma briga que terminou em morte numa boate de Campo Grande. Internado em hospital particular cercado pela polícia, recuperando-se de um tiro no rosto, chegou ao fim o reinado de Toni Ângelo Souza Aguiar à frente da milícia mais violenta da Zona Oeste.
Desde que assumiu o controle do antigo grupo ‘Liga da Justiça’, os crimes cometidos por Toni Ângelo vinham sendo investigados por duas delegacias. Há aproximadamente três meses, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, pedira a outros dois delegados que criassem uma força-tarefa para prender o miliciano.
O paradeiro dele foi descoberto quando policiais do 40º BPM (Campo Grande) foram acionados para uma ocorrência de homicídio na boate Baco Revollution.
Após uma discussão, Toni teria trocado tiros com o agente penitenciário Anderson Terra dos Santos, filho do também ex-PM e miliciano Júlio César Oliveira dos Santos, o Julinho Tiroteio, que está preso. Anderson, que tinha 28 anos, morreu com três tiros enquanto Toni Ângelo, ferido, foi levado para o Hospital Oeste D’Or.
A polícia desconfia que Toni foi ao local tomar satisfações com Anderson, que estava com um primo, policial do 14º BPM (Bangu). Acompanhado por cinco seguranças armados, o miliciano expulsou o PM do local e ainda lhe deu um tapa na nuca. O policial prestou depoimento ontem na Delegacia de Homicídios. Há informações de que a arma de Anderson estaria no carro, em frente à boate.
A bala que atingiu Toni está alojada próximo a uma vértebra, mas ele não corre risco de morte. “Ele pode nos ajudar nas investigações. Há expectativa de o Toni entrar na delação premiada”, afirmou o delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios.
Suspeito de matar 20
Apontado como braço-direito do ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, Toni é suspeito de 20 homicídios na disputa pelo controle de serviços, com os de vans. Nesta segunda-feira, a Secretaria de Segurança pedirá a transferência de Toni para um presídio federal.